sábado, 30 de abril de 2011

joão paulo II a minha homenagem



LIMITE IMPOSTO AO MAL


Mysterium iniquitatis: a coexistência do bem e do mal

Ideologias do mal

O limite imposto ao mal na história da Europa

A Redenção como limite divino imposto ao mal

O mistério da Redenção

A Redenção: vitória dada como tarefa ao homem


LIBERDADE E RESPONSABILIDADE


Para um uso justo da liberdade

A liberdade é para o amor

A lição da história recente

O mistério da Misericóridia


PENSANDO PÁTRIA

(PÁTRIA - NAÇÃO - ESTADO)


Sobre o conceito de pátria

O patriotismo

O conceito de nação

A história

Nação e cultura


PENSANDO EUROPA

(POLÓNIA - EUROPA - IGREJA)


A Pátria Europeia

A evangelização da Europa Centro-Oriental

Frutos bons no terreno do iluminismo

Missão da igreja

Relação da Igreja com o Estado

A Europa no contexto dos outros continentes


DEMOCRACIA: POSSIBILIDADES E RISCOS

A democracia contemporânea

Regresso à Europa?

A memória materna da Igreja

A dimensão vertical da história da Europa


EPÍLOGO

«Alguém tinha guiado aquela bala...»


sexta-feira, 29 de abril de 2011

manuel gusmão & da poesia


A
Da poesia como razão apaixonada
Da poesia como razão apaixonada
Da poesia como razão apaixonada
Coisas que fazemos com a literatura
[Como e porquê falar de poesia?]
Desde que somos um diálogo
Da condição paradoxal da poesia

B
Rimbaud: alteridade, singularização e contrução antropológica
Cesário Verde: o «cartógrafo» e a temporalização dos mapas
O Fausto de Pessoa: um teatro em ruínas
Da evidência poética: justeza e justiça na poesia de Sophia
Uma apresentação de Livro VI
A leitura de Carlos de Oliveira
A arte da poesia em Carlos de Oliveira
Carlos de Oliveira e Herberto Helder: ao encontro do encontro
Leiam Herberto Helder Ou o Poema Contínuo
Herberto Helder, «a estrela plenária»
Entre nós e as palavras (Mário Cesariny)
Algumas variações em resposta à poesia de Ruy Belo
Pequena fala sobre a poesia com Ruy Belo
A invenção do corpo amorosa em Luiza Neto Jorge: o som e a fúria do sentido
A arte da poesia em Gastão Cruz
Assis Pacheco: Respiração Assistida - algumas notas para lhe assistir

C
O tempo da poesia: uma constelação precária.



Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão / Associação Portuguesa de Escritores

Grande Prémio de Ensaio "Eduardo Prado Coelho" 2010





  • ... diz a convicção de que a escrita-e-a-leitura da poesia mostram no seu fazer-se que nós somos também isso mesmo: corpos históricos singulares, percorridos por uma escrita emaranhada; uma voz escrita, inscrita e excrita - tatuagem e palimpsestos; em alguma medida, somos feitos e desfeitos pelo poieín das artes: pela poesia..; pelo romance em que procuramos os nossos possíveis; pelas cenas onde os corpos e vozes ardem à nossa vista; pelos filmes que nos correm no sangue; pela música que nos sopra os ventos nas árvores do cérebro; pelas pinturas que nos constroem o olhar capaz de folhear o visível; pelas fotografias em que ficámos para sempre (junto a) uma rocha batida pelas ondas; pelas esculturas em que tacteamos o desabamento e o voo do mundo; por essa dança que nos desenha no ar, enquanto dançamos à beira do vulcão; pelas palavras que um dia nos disseram ou não disseram, por tudo aquilo que escolhemos ou nos escolheu, ou por aquela lettera amorosa que lemos e relemos e contudo não chegou a ser lida, nem enviada. (10-11)




quinta-feira, 28 de abril de 2011

vitorino magalhães godinho (1918-2011)

a imagem que aqui tenho vinha no jormal "Público" de hoje. Esta é a minha simples homenagem a um historiador português notável, que na época em que li estes quatro volumes, no ano já ido de 1983, livros estes oferecidos na altura pela minha mãe, julgo que andava então no 12.º ano de escolaridade nas caldinhas, foi uma descoberta extraordinária, perante a nova interpretação que então fazia da história dos descobrimentos portugueses, na linha da nova história e fortemente influenciado por Braudel. Um sublinhado: "... a carta do globo é desenhada, o homem aprende a situar-se no espaço, a sua maneira de sentir e de entender as próprias relações humanas é impregnada pelo número, ao mesmo tempo que pela consciência da mudança; a pouco e pouco cria-se um critério para distinguir o fantástico do real e o impossível do possível; transformam-se, em complexidade contraditória, motivações e ideais; a produção e a circulação dos bens multiplicam-se, o mercado à escala do mundo torna-se o vector dominante da evolução económica, forma-se o Estado burocrático e centralizado de matiz mercantilista. Na realidade, entre o século XI e o XVII, não é uma, são várias as revoluções intelectuais e de estrutura social." Historiador e homem da cultura, porque não historiador da cultura e das mentalidades, apenas me resta agradecer a vitorino magalhães godinho esta fantástica leitura, que, lembro-me, no ano de 1983, numas férias, então viajei imaginando outros mundos.



















domingo, 24 de abril de 2011

da felicidade do homem e da mulher




O objectivo deste ensaio é explicar, tão claramente quanto me for possível, as razões de uma opinião que comecei a defender logo na altura em que formei as minhas primeiras opiniões em assuntos de natureza social e política e que, longe de enfraquecida ou modificada, se tem visto continuamente reforçada pelo progresso da minha reflexão e experiência de vida: que o princípio que regula as relações sociais entre os dois sexos - a subordinação legal de um sexo ao outro - está em si mesmo errado, constituindo hoje um dos principais obstáculos ao desenvolvimento humano; e que, justamente por isso, deveria ser substituído por um princípio de perfeita igualdade, que não admitisse qualquer poder ou privilégio de um dos lados, nem discriminação do outro.




Mill






Diário Ilustrado (21 Fev. 1893)




Diário Ilustrado (17 Jun. 1893)



Diário Ilustrado (26 Nov. 1892)





Diário Ilustrado (26 Jun. 1893)

sábado, 23 de abril de 2011

roger garaudy

precisamos de esperança!


O Livro dos Saberes Práticos







Esta pergunta nunca se pôs, em nenhum ponto do mundo, porque as religiões, todas as religiões e todas as sabedorias, ensinavam ao homem as suas origens e os fins últimos da sua vida. / Todavia, na Europa, e só a partir do século XVI, apareceu a pretensão do homem de gerir o mundo em vez de Deus. / Esse homem sonhou com uma outra felicidade: tornar-se dono e possuidor da natureza através de uma ciência e de uma técnica que lhe davam também poder sobre os outros homens. sobre todos os continentes do planeta. / Este desejo de poder, de abundância e de crescimento, nos séculos XVIII e XIX, teve a esperança de satisfazer-se indefinidamente. Este provisório triunfo - a que multidões foram sacrificadas - foi apelidado de «progresso pelos abastados e seus ideólogos. / Na primeira metade do século XX, a grande crise de 1929 e duas guerras mundiais puseram em questão esse optimismo. / Nasceram então, de Heidegger a Sartre, e depois a Foucault, as ideologias sem esperança do nada e do absurdo, depois da morte do homem após a de Deus.



Roger Garaudy








I - Uma Teologia da Dominação será uma Resposta?


No ínício era Paulo


O Evangelho de Paulo


A teologia de Paulo nos Evangelhos


De Jesus a Paulo


O passado: o «paulismo político»


II - Que Deus? Que libertação?


O futuro: que Reino anuncia Jesus?


Será possível um diálogo Norte-Sul? «Nova evangelização» e «Aplicação da shari`a»


O ateísmo, momento necessário da fé: Kierkegaard, Marx, Nietzsch~e


Como falar da fé a um homem irreligioso?


A reconquista da esperança

sexta-feira, 22 de abril de 2011

o novo livro de umberto eco



"Creio que esta educação para o Fado e para a morte será uma das funções principais da literatura. "


Eco, Sobre Literatura














quinta-feira, 21 de abril de 2011

mircea eliade e portugal






  • Sorín Alexandrescu - "Portugal visto por Mircea Eliade".



  • Carlos Leone, José Eduardo Franco, Rosa Fina - "Estudo Introdutório"




I - Portugal no Século XIX


II - Os eruditos e a revolução.


III - As lutas partidárias


IV - O regicídio e a implantação da República


V - "Balbúrdia sanguinolenta"


VI - A ditadura de Sidónio Pais


VII - A guerra civil


VIII - Salazar: de Santa Comba a Coimbra


IX - Salazar: estudante e professor em Coimbra


X - Salazar: um dia no Parlamento...


XI - A revolução de 28 de Maio de 1926.


XII - Salazar: ditador das Finanças


XIII - Uma revolução espiritual


XIV - O Estado salazarista


XV - Quinze anos mais tarde...







para mim, eliade foi sempre o historiador das religiões. deliciei-me com a leitura de "Mitos, Sonhos e Mistérios" (1990), "O Mito do Eterno Retorno: arquétipos e repetição" (1990), "O Sagrado e o Profano: a essência das religiões" (s. d.), este livro uma tradução de rogério fernandes, e, inquestionavelmente o seu mais do que famoso "tratado de história das religiões" (1992), com um prefácio de george dumézil. dos vários sublinhados deste "tratado" encontro este, naquilo que poderá ser o documento perante o sagrado e a história: "Cada documento pode ser considerado como uma hierofania, na medida em que exprime à sua maneira uma modalidade do sagrado e um momento da sua história, isto é, uma experiência do sagrado entre as inumeráveis variedades existentes. Aí, qualquer documento é para nós precioso, em virtude da dupla revelação que realiza: 1.º) revela uma modalidadedo sagrado, enquanto hierofania; 2.º enquanto momento histórico, revela uma situação do homem em relação ao sagrado." desconhecia que alguma vez eliade tivesse estado entre nós. a primeira revelação desta situação foi o seu "diário português" (2008), escrito entre 1941 a 1945, anos em que permaneceu em portugal como diplomata da embaixada da roménia em lisboa, entre cascais e lisboa. no "diário" a 21 de abril de 1941, fala-nos da "pobreza intelectual de lisboa", ameaçando-o "de uma lenta degradação". O "diário" serviu para se "reencontrar" e se "concentrar" em si mesmo. a segunda surpresa foi a de hoje. ao ir até à livraria fontenova em busca de um outro livro, apareceu-me este "salazar e a revolução de portugal", o qual acaba por ser uma perspectiva e u ma análise histórica a portugal, passando pela monarquia, viajando pela república até à ascensão de salazar. tal como podemos ler logo no início do estudo introdutório, "se salazar é uma das figuras da cultura portuguesa mais sujeitas a processos de mitificação, sem dúvida que esta obra de Mircea Eliade inaugurou e lançou bases sólidas, no campo da Filosofia da História, para a construção do mito luminoso do fundador do Estado Novo português." o livro vale, posso então dizê-lo, e indo ao encontro de eliade, como uma forma de percebermos como esse mito e a sociedade portuguesa de então se construiu, diria, no profano e na profanidade mental de sermos portugueses. o livro vale, portanto, documento histórico de um tempo concreto. e de bernardino machado diz-nos, o seguinte, a dado passo: "Bernardino Machado era por excelência "o presidente. na verdade, em breve será eleito presidente do Partido Republicano. A sua adesão é um golpe mortal para a Monarquia. As últimas vacilações e reticências da burguesia são vencidas por esta aparição nobre, a personificação de todas as virtudes cívicas e familiares. "O seu papel essencial será o de dar ao partido a apa~rência e a psicologia de um partido de Governo: acabaram-se os sonhos federalistas (luso-hispânicos), o extremismo social, o internacionalismo, as doutrinas transcendentes, a desordem; do ponto de vista positivo: ordem por dentro, paz por fora, fundada na aliança com os ingleses. É desde o início, o programa de um estadista responsável." (Ribeiro Lopes). Machado sonha com uma República burguesa, ordeira, calma. No seu foro íntimo, detestava a República de rua, dos tribunos, a República revolucionária, dinâmica, telúrica. Era um homem de ordem, mas a sua ambição desmesurada fez com que tenha sonhado durante tod aa sua vida com o dia em que chegaria a chefe do Estado; para que o seu sonho se tornasse realidade, não recuou perante a necessidade de atacar a Monarquia que tanto amava. / Ao seu lado, todos os outros chefes republicanos parecem explosivos, terroristas, demoníacos. A barba patriarcal do nobre presidente é um símbolo de todads as virtudes patrióticas. O poeta desvairado, o judeu de génio Guerra Junqueiro - que escreveu as páginas mais atrozes contra Deus, Portugal e o rei, para acabar a sua vida abraçando um cricifixo - é o único a escrever: "Bernardino é um lírio que irá dar um fruto envenenado..." A história não o contradisse. Machado criou o mito da República cordial, simples, honesta, burguesa, bem comportada, pelo qual a revolução conseguiu converter e abalar os velhos partidos do Governo. O sorriso do presidente foi o cavalo de Tróia da revolução no coração da burguesia portuguesa." (79-80). uma perspectiva que pode ser muito bem analisada, esta de eliade sobre bernardino machado. possivelmente, numa próxima oportunidade, após a leitura integral deste livro do historiador das religiões. e para a desconstrução de alguns destes mitos que se construiram, nada melhor do que ler o estudo de Norberto Ferreira da Cunha intitulado "Bernardino Machado: de monárquico liberal a republicano (1882-1907), estudo publicado nas obras de bernardino machado "Política", Tomo I (2011), uma edição da câmara municipal de vila nova de famalicão, do museu bernardino machado e das edições húmus.











d. h. lawrence



fitzgerald



quarta-feira, 20 de abril de 2011

zola acuso



tenho o maior prazer em divulgar e em partilhar este raro folheto bibliográfico, a tradução portuguesa do famoso texto de zola, j`accuse! desconhecia esta mesma tradução e este folheto. e depois temos assim, de surpresas inestimáveis do dia, como foi ontem, esta oferta do dr. manuel sá marques. não é a primeira vez que o dr. manuel sá marques me oferece raridades bibliográficas, umas que conheço e não tenho, e de um momento para o outro passei a ter esses mesmos livros. já muitas dessas ofertas aqui as coloquei. resta-me apenas agradecer com a minha amizade que será eterna, simplesmente, fraternalmente.































































terça-feira, 19 de abril de 2011

os reencontros de kundera



Depois de "Os Testamentos Traídos" e de "A Arte do Romance", temos simplesmente não "Um Encontro, mas um reencontro, senão reencontros, de Kundera consigo mesmo com três estéticas: a pictoral, a musical e o romance, no fundo, os seus heróis. Não "Um Encontro", mas reencontros com o seu mundo, escritores, pintores e músicos, e, acima de tudo, com o mundo, com o nosso mundo, este igual a si próprio. Reencontros, portanto, com o seu mundo, e do mundo no mundo, o de todos nós. Encontros e reencontros para a possíver sinceridade de Kundera. Da estética de Francis Bacon já me pronunciei. Mas confesso, que nunca gostei muito da estética pictoral de Bacom. Se a sua pintura se encontra na transicção para a estética pós-modernista, confesso que esta mesma estética não me atrai. A própria estética contemporânea é o vazio da sociedade contemporânea. O mundo de Kundera que me interessa, neste seu livro, são as suas reflexões sobre a literatura, aplicando-as à realidade contenporânea, à nossa sociedade. Quando nos diz que estamos no "mundo do riso sem humor", digo simplesmente que concordo. Quando fala da sexualidade da ficção de Philip Roth, ou da "liberdade sexual" de David H. Lawrence, ou do lirismo sexual de Henry Miller, comenta que "atinge-se o limite. Não existe nenhum «mais longe». Já não há leis, pais, convicções que se oponham ao desejo. Tudo é permitido, e o único inimigo é o nosso próprio corpo, despido, desencantado, desmascarado", digo igualmente que concordo, apesar da paradoxalidade da afirmação de Kundera nesta afirmação, porque hoje já não limites, não há fronteiras. Mas tem a poeticidade de evocar a "nostalgia do amor", diria, a serenidade do amor vivencial. Ao evocar esta "nostalgia de amor", ela justifica a diferença hoje entre a identidade histórica e a pessoal, porque hoje a vida humana ultrapassa a história e a história e a vida humana escapa ao ser humano. O elo encontra-se quebrado. Este é um dos grandes problemas do nosso tempo. E porque a vida humana vai mais depressa, perde-se no que quer e no que não quer, porque ficcionaliza-se a si próprio. Quando nos fala da gratuitidade do mal na sociedade contemporânea, fala-nos do "paradoxo luciferiano: se uma sociedade... vomita violência e maldade gratuitas, é porque lhe falta a verdadeira experiência do mal." O mal privado e o mal público. O escândalo e o esquecimento. Diz.nos Kundera: "O escândalo da repetição é sempre caridosamente apagado pelo escândalo do esquecimento". A nossa sociedade vive disto: é o aveso da moralidade, e esta moralidade é a mais perigosa que possa existir. Quando nos fala da esteticidade musical, Beethoven ou Stravinski, entre tantos outros, alerta-me para esta reflexão: a minha ruptura com Beethoven, por exemplo, apesar de ainda às vezes o escutar, o que aqui está em causa é a ironia da esteticidade, a qual nos leva a essa mesma ruptura a qual nos abre para outros caminhos estéticos. Quando me fala de escritores como Kafka, Musil ou Broch, ah, Broch, aquela "Morte de Virgílio", que escreveram romances que influenciaram, entre outros, a minha adolescência... Quando no texto "As Listas Negras ou Divertimento em Homenagem a Anatole France" reflecte sobre a mutação do cânone literário, mas, atenção, pela "malediciência" social e cultural, não pelos gostos leitorais, conclui que "todos nós falamos de história da literatura, reclamamo-nos dela, certos de que a conhecemos, mas o que é in concreto a história da literatura na memória comum? Uma manta de retalhos feita de imagens fragmentárias que, por puro acaso, cada um dos milhares de leitores citou para si mesmo. Denbaixo do céu retalhado desta memória vaporosa e ilusória, estamos todos à mercê das listas negras, dos seus veredictos arbitrários e inverificáveis, sempre prontos para imitar a sua estúpida elegância." Kundera, e já o vamos ver, caiu na armadilha da sua própria reflexão, nessas "imagens fragmentadas", nessa "memória vaporosa", ou nessa "estúpida elegância" quando nos fala de Bohumil Hrabal, o escritor apolítico checo. Será? Preconceito literário por parte de Kundera? Hrabal não precisou de se exilar para se dedicar à sua arte, a tão apelidada arte do romance de Kundera. Quando Kundera nos fala da "discordância entre aqueles para quem a luta política prevalece sobre a vida concreta, a arte, o pensamento, e aqueles para quem o sentido da política consiste em estar ao serviço da vida concreta, da arte, do pensamento, Hrabal está na sua presença. Não entra nestes dois conceitos. Com a leitura do texto, julgava que Kundera argumentasse ainda mais com Hrabal. Não. Afinal de contas, os paradigmas que aponta são conciliáveis. Kundera não o diz directamente, mas justifica-se com Aragon, tudo pela arte do romance. Uma indirecta favorável a Hrabal. Kundera traiu a história da literatura e da cultura da sua pátria

segunda-feira, 18 de abril de 2011

pensar a lei da separação

para o dr. manuel sá marques, esta simples homenagem, com uma surpresa hoje! abraço fraternal de amizade.










sábado, 16 de abril de 2011

liberta


Liberta está longe.

Longe dos braços fortes

dos homens fortes só que de sentidos enleados

pelos que se suportam nos seus braços.



Porque no espaço vazio árido desse homens obs-

[curecidos

Liberta ainda não fez a sua aparição sorriso

dedos entrelaçados no regaço fraternidade

um sinal livre nos olhos mar salgado tranquilo.



Liberta está longe,

tem um lenço cor de sangue

cor do sangue do homem que morre

com o concerto dos que se sabem transitórios

mas repercutidos na memória dos demais irmãos

com uma flor presa nos dentes sujos e desacer-

[tados

um gesto interesse pelo dia da cidade que o estranha.



Liberta está longe

e eu de mãos abertas em grades

nas minhas faces desertoras.



É preciso prosseguir.

Liberta, meu amor.


salvador coutinho