domingo, 24 de outubro de 2010

fernando pessoa




"Escrevemos para ser o que somos ou para ser aquilo que não somos. Num e noutro caso buscamo-nos a nós mesmos. E se temos a sorte de nos encontrarmos - sinal de criação - descobriremos sempre que somos um desconhecido."



Octavio Paz


Esta é a minha homenagem à Casa Fernando Pessoa, que acabou por colocar online a Biblioteca do mestre de todos nós, o poeta-filósofo ou o filósofo-poeta. Sempre uma constante redescoberta a leitura dos seus textos, aqui apresento o Pessoa da minha biblioteca, que ocupa, nada mais nada menos, do que duas estantes, e ainda me faltam alguns! A Casa, óbvio, deve-os ter todos e muitos mais. A minha próxima ida a Lisboa é visitá-la. Está combinado, meu caro Pessoa. Quando te fui visitar na Brasileira o questionaste, Não vais a minha casa?, e eu, Preferi vir ver-te aqui, na Brasileira, tomar café contigo, Tás desculpado! Mas vi a casa, uma delas, a no Largo da Graça, a famosíssima, Ah, essa, dos republicanos, Sim, essa, Tá bem, tás desculpado, Ainda bem, obrigado. Fica, então aqui, o meu registo, dos teus livros e dos teus amigos e dos que falam de ti e dos teus amigos, com esta não esperavas, as capas dos livros, claro, Olha que o Camilo não gostou lá muito, andou aí a fazer queixinhas, ficou ciumento, Ah, tá bem, eu depois faço-lhe algo igual, um dia destes, É melhor, senão não me acompanha à Brasileira e à Arcada, vai ao mulherio, o homem é terrível, aqueles olhos, aqueles olhos..., depois é os bailes, o teatro, o homem não pára, Mas não tem razão de queixa, sempre falo dele aqui, Pois, É, Quer atenções para ele, mas agora és tu caro Pessoa, dseixamos o Camilo. Bom, mas ficamos catitas os dois na foto, não achas, o dr. sá marques até tirou bem, Tirou, tirou, honra lhe seja feita, E lá estás com aquele sorriso a questionar das leituras, Sim, andas sempre atento, agora temos a tua biblioteca pessoal que pode ser consultada, É verdade, tens muitos que gostas, Pois tenho, já lá estive a ver o Chesterton, o Bacon, o Mário de Sá-Carneiro, Ah, o meu Mário, fiquei noutro mundo quando recebi a última carta dele pensando que ainda vivia e já se tinha suicidado, não viu a luz, não viu a luz, Não tinha óculos, Tinha, não gostava de os usar, os meus óculos, dá aí..., Olha, e que tal um café, Vamos lá, Vamos lá, Sim, Vamo-nos descobrir, No Mundo, no mundo...