sábado, 9 de outubro de 2010

aníbal pinto de castro (1938-2010)

Faleceu, ontem durante a madrugada, com 72 anos de idade, Aníbal Pinto de Castro, Director da Casa-Museu de Camilo e do Centro de Estudos Camilianos, instituições famalicenses que se radicam em S. Miguel de Seide. A última vez que o encontrei, em Seide, no Centro de Estudos Camilianos, chegamos a falar de Bernardino Machado, Camilo, entre outros, dizendo-me que estavamos perante uma "geração fantástica". Homem da cultura e da literatura portuguesa, professor jubilado da Faculdade de Letras de Coimbra, foi várias vezes homenageado pela Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, tendo sido a última em 2008 com o galardão de "Cidadão Honorário". Os recortes dos jornais que aqui coloco são desse ano, do jornal famalicense "Cidade Hoje". Nesse mesmo ano, anuncia Pinto de Castro a oferta da sua biblioteca camiliana à Casa-Museu de Camilo. V. N. de Famalicão ficava, e fica, assim mais rico com outro espólio, juntando, no caso camiliano, o de Manuel Simões e de Alexandre Cabral, para além de outros espólios já existentes em V. N. de Famalicão. Coloco aqui as capas dos seus livros publicados em Famalicão, relativamente um sobre Camilo e um outro sobre Ana Plácido, o melhor dos textos que se escreveu sobre ela. Dou também a conhecer um texto de Aníbal Pinto de Castro sobre as questões literárias.


























mistérios de lisboa



Jornal de Notícias (9 Out. 2010), p. 38


  • "Tentar fazer um romance é um desejo inocente. Baptizá-lo com um título pomposo é um pretextto ridículo. Apanhar uma nomenclatura, estafada e velha, inculpida no frontispício de um livro, e ficar orgulhoso de ter um padrinho original, isso, meus caros leitores, é uma patranha de que eu não sou capaz. / Este romance não é meu filho, nem meu afilhado. / Se eu me visse assaltado pela tentação de escrever a vida oculta de Lisboa, não era capaz de alinhavar dois capítulos de jeito. O que eu conheço de Lisboa são os relevos, que se destacam nos quadros de todas as populações, com foro de cidades e de vilas. Isso não vale a honra do romance. Recursos de imaginação, se os eu tivera, não viria consumi-los aqui em uma tarefa inglória. E, sem esses recursos, pareceu-me sempre impossível escrever os mistérios de uma terra, que não tem nenhuns, e, inventados, ninguém os crê. / Enganei-me. É que eu não conhecia Lisboa, ou não era capaz de calcular a potência da imaginação de um homem. Cuidei que os horizontes do mundo fantástico se fechavam nos Pirinéus, e que não podia ser-se peninsular e romancista, que não podia ser-se romancista sem ter nascido Cooper ou Sue. Nunca me contristei desta persuasão. Antes eu gostava muito de ter nascido na terra dos homens verdadeiros, porque, peço me acreditem, que os romances são uma enfiada de mentiras desde a famosa Astreia de Urfé, até ao choramingas de Lamartine. / Por consequência, diz o circunspecto leitor, vou-me preparando para andar à roda em um sarilho de mentiras. / Não, senhor. Este romance não é um romance: é um diário de sofrimento, verídico, autêntico e justificado."





ateísmos




UM MUNDO SEM DEUS
Um Mundo sem Deus: ensaios sobre o ateísmo. Dir. Michael Martin; Trad. Desidério Murcho. Lisboa: Edições 70, 2010.

I - Enquadramento
  • Jan N. Bremmer - "O Ateísmo na Antiguidade".
  • Gavin Hyman - "O Ateísmo na História Moderna".
  • Phil Zuckerman - "Ateísmo: números e padrões contemporâneos".
II - Alegações Contra o Ateísmo
  • William Lane Craig - "Críticas Teístas ao Ateísmo".
  • Richard M. Gale - "O Insucesso dos Argumentos Teístas Clássicos".
  • Keith Parsons - "Alguns Argumentos Teístas Contemporâneos".
  • Evan Fales - "Naturalismo e Fisicismo".
  • Daniel C. Dennett - "Ateísmo e Evolução".
  • David O. Brink - "A Autonomia da Ética".
  • Andrea M. Weisberger - "O Argumento do Mal".
  • Quentin Smith - "Argumentos Cosmológicos Kalam a Favor do Ateísmo".
  • Patrick Grim - "Argumentos da Impossibilidade".
III - Implicações
  • Michael Martin - "Ateismo e Religião".
  • Christine Overall - "Feminismo e Ateísmo".
  • Steven G. Gey - "Ateísmo e Liberdade Religiosa".
  • John D. Caputo - "Ateísmo, A/Teologia e a Condição Pós-Moderna".
  • Stewart E. Guthrie - "Teorias Antropológicas da Religião".
  • Benjamin Beit-Hallahmi - "Ateus: um retrato psicológico".

da bondade


DALAI LAMA
A Bondade do Coração: uma perspectiva budista sobre os ensinamentos de Jesus. 3.ª ed. Introd. Laurence Freeman; Trad. inglesa do tibetano e notas Geshe Thupten Jinpa; Pref. Robert Kiely; Trad port. Filipe Valente Rocha. Porto: Asa Editores, 2002.
  • I - Desejo de Harmonia
  • II - Amai os vossos inimigos (Mateus, 5, 38-48)
  • III - O Sermão da Montanha: as bem-aventuranças (Mateus, 5, 1-10)
  • IV - Equanimidade (Mateus, 3, 31-35)
  • V - O Reino de Deus (Mateus, 4, 26-34)
  • VI - A Transfiguração (Lucas, 9, 28-36)
  • VII - A Missão (Lucas, 9, 1-6)
  • VIII - Fé (João, 12, 44-50)
  • IX - A Ressurreição (João, 20, 10-18)
  • Laurence Freeman - "O Contexto Cristão das Leituras dos Evangelhos em A Bondade do Coração".
  • Thupten Jinpa - "O Contexto Budista".
  • "Este livro é uma exploração dos Evangelhos feita pelo Dalai Lama e pelos oradores do Seminário John Main em 1994. para além de dar testemunho do que aconteceu nesse Seminário, este livro foi acrescido de textos sobre as tradições budista e cristã, de modo a valorizá-lo como um instrumento para futuros diálogos inter-religiosos. / O corpo principal de A Bondade do Coração está organizado à volta de passagens dos Evangelhos, sobre as quais o Dalai Lama tece comentários. Cada capítulo começa com a leitura e o comentário de Sua Santidade de uma passagem particular de um Evangelho." (Nota do editor)

nobel da paz 2010






nobel da paz 2010










literatura e música na república



  • Fernando Pinto do Amaral - "Literatura: entre Junqueiro e Pessoa"
  • Rui Vieira Nery - "As Músicas da República: a herança musical da monarquia constitucional. Uma Elite Burguesa sem um Projecto Artístico Cosmopolita".
  • Ruy Vieira Nery - "Alfredo Keil (1850-1897): um republicano involuntário"