terça-feira, 9 de novembro de 2010

direcção-geral do livro e das bibliotecas

E, uma vez mais, a escrever estas linhas no Casal (só falta uma fotografia, amanhã tiro, fica na antiga Eléctrica), com Armstrong pelo ar, no fim de mais um dia de trabalho, um dia con aguaceiros intercalares, as nuvens viajando negras... A imprensa portuguesa, já ontem tinha assistido na RTPn a um debate a propósito da actividade política portuguesa, no qual surgiu o relatório da Conferência Episcopal Portuguesa, apresentado pelo seu presidente D. Jorge Ortiga. O relatório não abona a favor da actividade política, melhor, da actividade dos políticos portugueses, não estando em causa o bem comum, faltam há verdade perante a cidade, mas através de "consensos mínimos" pluripartidários geram os seus próprios interesses, não os da nação. Pelo menos, é a conclusão a que se chega, não muito longe do que escrevi neste blog aqui há uns dias. E num dia em que a dívida pública portuguesa atingiu quase os 7% (quando passo estas linhas para o blog, os noticiários já anunciavam que tinha atingido o respectivo número), em que a OCDE anuncia que Portugal, no ranking dos seus trinta países, ocupa o quinto lugar na órbita do desemprego com 10, 6%, em Setembro, o que deixa muitas dúvidas, ao mesmo tempo a imprensa anuncia que o escritor Houllebecq com o livro La Carte et le Territoire, causando já alguma polémica entre elementos do júri, e pelo que li nas notícias é uma espécie de autobiografia desencantada, ganha o Goncourt de 2010.





Polémica futura será concerteza a intenção do governo de extinguir a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, organismo criado em 2007, sucedendo ao IPLB, com serviços relevantes prestados à cultura e, especialmente, ao livro, como é o caso das bibliotecas municipais incorporadas na Rede de Leitura Pública. Aliás, esta história da leitura pública em Portugal poderá ser lida no livro de Henrique Barreto Nunes intitulado "Da Biblioteca ao Leitor", dos poucos, que existem em Portugal, nesta área tão relevante em Portugal, muito havendo, contudo, ainda hoje por se concretizar nas mesmas bibliotecas de leitura pública, estas actualmente com os seus pólos e com a rede escolar municipal. Com a medida da extinção anunciada do mesmo organismo, a ser incorporado na Biblioteca Nacional, a qual tem criado alguma polémica pela forma como fecha alguns serviços sem avisos prévios aos investigadores portugueses, só vem criar indefesas ao livro e à leitura pública em Portugal. O livro e a cultura em Portugal, para a evolução mental da sociedade portuguesa, continua a ser um desperdício para os políticos. E agora com o aumento do IVA, o livro ficará a ser cada vez mais um luxo, do que propriamente um prazer, elevando-nos a leitura para um mundo que não este. O ser humano para a sua sobrevivência própria necessita deste imaginário. A partir de agora será uma "leitura preçária", mesmo interessando-me o tema: pega-se no livro e volta-se a colocar na estante! É frustrante!!!! E, claro, quando assinei a petição online, a subscrever o manifesto da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas contra a sua respectiva extinção, já havia mais de 800 assinaturas!