quarta-feira, 11 de maio de 2011

coisas





reescrevo estas linhas, após o jantar, escritas na esplanada, depois de mais um fim do dia de trabalho. e digo reescrevo, porque o que se reescreve nunca fica igual ao que se escreveu. tem estado uns dias simplesmente fantásticos, assim comecei então. [queria dizer mais alguma coisa...] [ah, já sei, ...] [passou] [voltou outra vez, que estas linhas reescritas deveriam estar no blog http://diariosincompletos.blogspot.com/ mas apeteceu-me colocar aqui hoje, sim, talvez por alguns pensamentos do dia, que até podem ser banais...] e hoje até saí de casa de camisa de manga curta e andei como gosto, [quando o tempo assim está],de camisa por fora, como se costuma dizer, de fraldas de fora. cheguei ao museu, e até parece que estavam em reunião, em círculo, e lá tiveram que dizer a sua piada, hoje vem de fraldas de for! lol ao menos lá ando como gosto, ora então, assim, porque não. já algum tempo que estava para comprar o número do" jornal de letras, artes e ideias" dedicado a vitorino magalhães godinho (1918-2011) e adquirio-o hoje. agora, na esplanada do café, quando o folheei e o fui lendo, no "dicionário pessoal" de godinho aparece esta frase que aqui registo: "hoje só interessa o imediato e, como tal, as pesoas ignoram tudo o que se tenha passado há mais de cinco anos. Grande parte dos economistas de hoje não sabem com o era a Economia das décadas de 1970 e 1980. Mas para haver responsabilidade tem de haver um equilíbrio entre o que vem de trás, o que recebemos e aquilo que podemos fazer." [acrescento que não é preciso retroceder tanto tempo: o crime do nosso tempo é mesmo o esquecimento!] também comprei "le magazine littéraire", dedicado a cioran, o qual, já qui escrevi neste blog, foi tratado indiferentemente por kundera. destaco igualmente da mesma revista o breve ensaio relacional entre a literatura e a filosofia, uma das minhas paixões. atrás de mim, dois namorados traídos, mas um mais razoável, a aconselhar o outro, furioso com a namorada porque o enganou com outro! enfim, é a vida! a vida é uma reinvenção constante, nós no mundo com o mundo, com os seus exageros e paradoxalidades. dias como o de ontem não interessa a ninguém, nem ao menino jesus: acumulamos, acumulamos, julgamo-nos fortes e depois caímos, é queda. uma queda que nos rejuvenesce para o mundo e enfrentá-lo. eis a caminhada. e depois, porque é que as pessoas não falam directamente connosco quando têm algo a dizer, acabando sempre por incomodar e interceptar terceiros? é o jogo do gato e do rato desde os primórdios do mundo até ao seu fim.