segunda-feira, 19 de outubro de 2009

enrique rojas






foucault e camilo






FOUCAULT E CAMILO
A Intencionalidade fenomenológica do amor

O autor partindo dos três eixos fundamentais de Michel Foucalt à volta da sexualidade, nomeadamente a formação dos saberes que à sexualidade se refere, os sistemas de poder que regulam a sua prática e as formas nas quais o ser humano se reconhece enquanto tal, pretende relacionar o seu pensamento com a trilogia ficcional de Camilo Castelo Branco, a saber, Um Homem de Brios (1856), Onde Está a Felicidade? (1856) e Memórias de Guilherme do Amaral (1863), na medida em que em Camilo surge-nos uma fenomenologia do amor na dimensão prática da existencialidade do humano, aqui descodificando Foucault as suas estruturas sociais.



resumo da comunicação (representando a Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática) no II Congresso Internacional de Pedagogia, Sexualidade e Educação para a Felicidade, na Faculdade de Filosofia de Braga, realizando-se o respectivo Congresso nos dias 6/7 de Novembro.

os republicanos famalicenses e bernardino machado: 1915 - I

Para o Exmo Sr. Dr.º
Manuel Sá Marques
com admiração, cordialidade, respeito e amizade

Introdução

1915

O ano de 1915 é, fundamentalmente, um ano crucial para Famalicão e os famalicenses devido a dois acontecimentos: um, pela eleição de Bernardino Machado ao mais alto cargo da nação portuguesa, o de ter sido nomeado Presidente da República; o outro, por uma tragicidade, o incêndio na Casa de Camilo. Indiscutivelmente. Foram dois acontecimentos que marcaram, de uma forma ou de outra, o presente e o futuro da então vila de Famalicão.
Paralelamente à eleição de Bernardino Machado, e da sua visita a Famalicão, como bem o demonstra e salienta o jornal "Estrela do Minho" do republicano famalicense adoptivo Manuel Pinto de Sousa, a vila de então ía recebendo a visita de outros não menos ilustres famalicenses, uns por adopção, outros por naturalidade. Neste último caso, destaco inquestionavelmente o único artista circense de Famalicão, o mais do que famoso Serafim da Silva, que então preparava na Boa Reguladora a construção de um novo aparelho para um novo trabalho, denominado Velódromo Aéreo, de Augusto Soucasaux, famoso fotógrafo barcelense, mas com raízes famliares ligadas a Famalicão, chegando a realizar a primeira colecção de postais famalicenses editados pela Tipografia Minerva. Gonçalves Cerejeira, então "distinto académico", o futuro cardeal, também por cá andou, Joaquim Pacheco, na época co-proprietário do jornal portuense "O Primeiro de Janeiro, tal como o senador Daniel Rodrigues também para cá vinha para a sua quinta de Santa Cristina, em Requião. 1915 é também um ano fulcral para Álvaro de Castelões, na medida em que é nomeado Director dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro.
Na cultura, enquanto que Emília de Sousa Costa iniciava a sua colaboração no jornal "Estrela do Minho", acentuando-se esta mesma colaboração nos anos quarenta e cinquenta, Vicente Arnoso publicava "Cantigas... Leva-as o Vento", Sebastião de Carvalho publica um dos livros já mais do que canonizado na literatura famalicense "Rosas da Minha Terra", Nuno Simões "Gente Risonha", Eduardo José da Silva Carvalho "Questões e Julgamentos". Por seu turno, enquanto que por terras do oriente Manuel da Silva Mendes, o "anarquista" famalicense, que se encontrou no taoísmo, publicava na imprensa macaense "A Pintura Chinesa", o então nomeado Presidente da República Bernardino Machado oferecia aos seus leitores, nada mais nada menos, do que três títulos: "O Exército e a Nação", "Nas Vésperas da República" e "Contra a Ditadura", referindo-se particularmente à ditadura de Pimenta de Castro, o qual tinha convidado para o seu ministério o famalicense Júlio Brandão, que recusaria, possivelmente, mais do que por razões pessoais ou de saúde, pela amizade que tinha com Machado.
Finalmente, não menos importante, foi o ampliamento do Salão Olímpia para a realização da actividade teatral, enquanto que nas festas populares o S. Pedro primava, em detrimento de S. António...


Fonte: Museu Bernardino Machado


“Eleição Presidencial”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1035 (1 Ago. 1915), p. 2.

Dentre os nomes dos candidatos à Presidência da República, cuja eleição se realizará em sessão conjunta do Congresso no dia 6 do próximo mês de Agosto, de novo se citava ontem com bastante insistência o do sr. Duarte Leite, actual embaixador de Portugal no Rio de Janeiro. / Não pode prever-se, é claro, o resultado da eleição presidencial, que bem pode dar-nos uma surpresa, à última hora; mas pelo que é lógico supor-se, são os nomes do dr. Bernardino Machado e Duarte Leite os que até agora se presume com maiores probabilidades de serem eleitos.


“Presidente da República”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1036 (8 Ago. 1915), p. 1.

Acaba de ser eleito presidente da República Portuguesa o sr. Dr. Bernardino Luís Machado Guimarães, egrégio professor, que à causa da República prestou o mais inteligente esforço. / É o eminente estadista quase nosso conterrâneo, pois em casa de seus pais aqui residiu e passou o melhor tempo da sua mocidade. Por isso Famalicão se orgulha desvanecidamente por ver um seu filho ilustre ascender às culminâncias de primeiro magistrado da nação. / Saudamos o grande cidadão português a quem nos quatro anos futuros estão confiados os destinos da pátria. / Mas não pode negar-se que o país tem disso enormemente prejudicado com as incursões realistas, pelas intentonas, e ainda pelas dissidências deploráveis entre os próprios republicanos. / Por isso nestes cinco anos tem estado entravado o programa da República. / Agora é indispensável que a lição dos factos passados traga a todos os espíritos intuitos de política serena para tratarmos todos do rejuvenescimento do país pelo trabalho. / Tem sido de sobressalto e de incertezas os cinco anos decorridos das instituições republicanas. Explica-se, é certo, o facto. Seria óptimo, que após o advento da República, todos os portugueses esquecessem divergências e se dessem as mãos para a obra pacificadora, iniciando esta […] as grandes reformas económicas que as necessidades da nação reclamam. Todas as revoluções deixam, por muito tempo ainda, os rastos dos dissídios políticos que provocavam o choque revolucionário. / Ao Dr. Bernardino Machado está destinada a honrosa mas difícil missão de pacificar a família portuguesa. / Se o eminente cidadão o não conseguir, conhecidos os seus grandes recursos conciliatórios e diplomáticos, a ninguém, por certo, será dado o prazer de prestar à família portuguesa o mais alto benefício que na hora histórica que atravessamos é lícito ambicionar. / Exigem-no o progresso e felicidade da nação e também o prestígio e consolidação da República.

“Hóspedes Ilustres”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1036 (8 Ago. 1915), p. 2.

Estão há dias na sua quinta de Rorigo a Exma. Esposa do sr. dr Bernardino Machado, seu filho Miguel Machado, distinto engenheiro, com alguns dos seus irmãos. /É esperado também ali, com alguns dias de demora, o exmo. sr. dr. Bernardino Machado, ilustre Presidente da República, que hoje conta seguir para a estância de Pedras Salgadas.

Fonte: Museu Bernardino Machado

“Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1037 (15 Ago. 1915), p. 1.

É esperado na sua casa desta vila, em Rorigo, o ilustre Presidente da República eleito sr. dr. Bernardino Machado. / Famalicão orgulha-se com a presença do seu iminente conterrâneo, que em Outubro vai tomar o honroso lugar de Chefe da Nação Portuguesa. / No estrangeiro, como em todo o país a eleição do novo Presidente da República tem disso recebida com agrado. / Segundo consta, no dia em que o sr. dr. Bernardino Machado tomar posse do cargo do Presidente da República, o que será feito com toda a solenidade, no dia 5 de Outubro, haverá parada militar, um grande jantar no palácio de Belém, para o qual será convidado o corpo diplomático, um grande bodo a todas as crianças pobres protegidas pelas juntas de paróquia, e uma tourada nocturna.

“Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1038 (22 Ago. 1915), p. 1.

Honra Famalicão com a sua presença, há alguns dias, o nosso ilustre conterrâneo e prestigioso presidente da República eleito, Sr. Dr. Bernardino Machado. / Tem vindo cumprimentado grande número de pessoas de Lisboa, que andam em excursão pelo Minho, outras do Porto, Braga e de Barcelos. / O sr. Marquês de Palamares, presidente da «Institucion Libre de Enseñanza», escreveu de Santander ao sr. dr. Bernardino Machado, em nome da mesma corporação, uma carta de calorosas felicitações pela sua eleição à presidência da República. Nessa carta lê-se o seguinte: / «Ao felicitar v. ex.ª, felicitamos também o país irmão que soube, em ocasião tão crítica, eleger para o representar quem, como v. ex.ª, reúne as maiores qualidades. Para nós, alunos da «Institucion», recordando sempre e em todos os momentos o nosso amado mestre D. Francisco Giner, a eleição de v. ex.ª para a direcção moral desse país a que ele tanto queria, traz-nos inúmeras recordações e faz-nos pensar no imenso prazer que ele teria sentido ao conhecer este facto.» / O sr. dr. Bernardino Machado também recebeu um telegrama de felicitações do sr dr. Ferreira Botelho, director e proprietário do «Jornal do Comércio» do Rio de Janeiro.
“Trabalhar… Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1038 (27 Ago. 1915), p. 1.

Está em Famalicão há alguns dias, o presidente eleito da República Portuguesa, o que nos apraz registar com desvanecimento. / Em Famalicão brincou a sua mocidade o professor eminente da Universidade de Coimbra, em cuja cátedra conquistou a admiração de nacionais e estrangeiros.
Deputado e ministro da monarquia, o Dr. Bernardino Machado descrente por essa instituição do levantamento do povo português, abraçou o partido republicano, do qual foi um dos apóstolos mais inteligentes e entusiastas, constituindo decisivamente para a implantação da República em 1910. / Fez parte do governo provisório, por ser um dos republicanos mais queridos do povo e todos conhecem a forma inteligente e patriótica como o grande estadista soube fazer reconhecer e respeitar pelas grandes nações a nascente República Portuguesa. / Foi o primeiro embaixador de Portugal na grande nação irmã do outro lado do Atlântico, O Brasil, por ser a mais autêntica figura para o entendimento entre os dois povos da mesma raça. / Quando os partidos, em acesa luta, menos se entendiam, foi o Dr. Bernardino Machado chamado a Lisboa para tomar conta do poder, conseguindo acalmar os dissídios políticos que tanto estavam prejudicando a nação. / Finalmente, na eleição presidencial deste mês, quase por unanimidade de votos é o Sr. Dr. Bernardino Machado eleito Presidente da República, o primeiro magistrado da nação portuguesa.
Felicitando a nação pela acertada escolha dos seus representantes, Famalicão muito se ufana com orgulho, por ser o berço do Sr. Dr. Bernardino Machado.


“Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1039 (29 Ago. 1915), p. 1.

O sr. dr Bernardino Machado, presidente eleito da República, recebeu de sir Artur Hardinge, antigo ministro de Inglaterra em Lisboa e actualmente embaixador em Madrid, a seguinte carta:
«É com uma viva satisfação que recebi a notícia da eleição de v. ex.ª à presidência da República, e peço-lhe que aceite por esta ocasião as minhas cordeais felicitações. Conservarei sempre a mais grata lembrança do acolhimento que v. ex.ª me dispensou logo após a minha chegada como ministro a Lisboa, e das horas tão agradáveis e cheias de interesse que tive o prazer de passar no seio da sua família. Desejo de todo o coração que o belo país onde v. ex.ª acaba de ser chamado a desempenhar a suprema magistratura, e do qual trouxe para sempre uma indelével recordação, goze dias felizes e prósperos e que as relações que há tantos séculos o unem ao meu se vejam cada vez mais estreitas e solidárias.»
O sr. Dr. Bernardino Machado tem continuado a receber felicitações das câmaras municipais de todo o país, tanto do continente como das colónias, além de muitas cartas do estrangeiro.
Fonte Museu Bernardino Machado

“Noticiário. Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1039 (29 Ago. 1915), p. 2.

Partiu segunda-feira para Paredes de Coura o sr. Dr. Bernardino Machado, que tem estado na sua casa desta vila. / O ilustre presidente eleito da República tenciona seguir dentro de poucos dias para as Pedras Salgadas ou Vidago.

Fonte Museu Bernardino Machado

“Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1040 (5 Set. 1915), p. 2.

Está em Melgaço, para onde partiu há dias, o ilustre Presidente eleito da República e nosso distinto conterrâneo sr. dr. Bernardino Machado. / A família do nosso eminente patrício partiu há dias para a sua casa de Paredes de Coura.

“Presidente da República”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1041 (12 Set. 1915), p. 1.

Dizem os jornais que as Câmara Municipais de muitos concelhos do país tencionam ir a Lisboa assistir à posse do eminente estadista eleito para a suprema magistratura do país. / Tudo merece o grande cidadão; e sendo Famalicão a sua terra, a nossa Câmara não deixará também de prestar esta homenagem ao sr. dr. Bernardino Machado, cujas altas qualidades muito honram a nossa terra, onde o iminente cidadão passou o melhor tempo da sua mocidade.

“Noticiário. Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1042 (19 Set. 1915), p. 2.

Está em Moledo, de onde parte muito breve para Lisboa, o sr. dr. Bernardino Machado, presidente eleito da República, de cujo elevado cargo vai tomar posse em 5 de Outubro próximo.

Fonte Museu Bernardino Machado

“Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 19, n.º 1043 (26 Set. 1915), p. 2.

Passou sexta-feira da sua Casa de Moledo, em direcção a Lisboa, onde vai em 5 de Outubro tomar posse da presidência da República, o sr. dr. Bernardino Machado, nosso ilustre conterrâneo.
Maria Feyo – “O Sr. Dr. Bernardino Machado”. In Estrela do Minho. Ano 21, n.º 1044 (3 Out. 1915), p. 1.

Dentro em dois dias, vai assumir o melindroso cargo de chefe do Estado o sr. dr. Bernardino Machado. E ser chefe duma Nação, é o mesmo que investir-se das graves responsabilidades de chefe de uma família numerosa, com todos os deveres de zelar pelas garantias do seu bem-estar moral e material. Não apreciarei o sr. dr. Bernardino Machado através da política. Sou uma revoltada contra todos os efeitos dessa praga desordeira das sociedades. Se em tese concordo que ela é um meio próprio ao funcionamento da constituição social das sociedades de hoje, na prática observo e deploro a sua acção destruidora, armada de mentira e adulação, aviltando caracteres, degradando consciências e incensando ídolos que muitas vezes são os Judas da Pátria e as sanguessugas do povo. É pois somente como chefe de família que me referirei ao futuro chefe da Nação, porque é essa a feição mais simpática e que mais admiro no sr. dr. Bernardino Machado. Muitas vezes tenho tido ocasião de me enternecer diante do espectáculo, que às horas da refeição frugal e precipitada que sua Ex.ª tomava quando Presidente do Conselho, toda a família o rodeava numa efusão de sugestiva ternura. As filhas do sr. dr. Bernardino Machado, que uma graciosidade modesta e simples reveste de atraente e especial encanto, abraçavam e beijavam à porfia, numa tocante expressão de amor, o Pai que, a seu turno, distribuía carícias e carinhosas palavras a esse bando alegre que representa a gentileza da mocidade em flor. Era então que, liberto do contacto dissolvente das paixões políticas, sobressaía a nobre feição do patriarca, e que entre o bafejo imaculado da candura, da bondade e da graça espontânea e juvenil a sua figura de ancião, viril e insinuante, incarnava a mais bela expressão da vida que se condensa no santo e puro amor da família.
Michelet

Michelet dizia que todos os estadistas, ou dirigentes de uma Nação, deviam ter uma família bem organizada e onde reinasse a paz e a alegria, a delicadeza de sentimentos que exercesse o seu influxo retemperante e suave no carácter do homem em contacto com as asperezas rudes e violentas dos combates políticos. / […] /A família é afinal o reflexo da sociedade. Mas para que ela seja o que deve ser, é preciso que a mulher seja na família o que tem sido a Esposa do sr. dr. Bernardino Machado. Respeitada e amada como senhora de pensamento e acção, ela tem sido a direcção da casa administrada com o tino e a energia que dispensam seu marido de agravar as fadigas políticas com outros encargos domésticos. Estas circunstâncias deve prender a atenção do chefe de Estado para o grave problema da reabilitação feminina. Napoleão 1.º afirmava que os males da França provinham da falta de educação da mulher, ocasionando a falta de boas mães. Mas não pode haver boas mães enquanto não se pense a sério no papel importante que a mulher tem de exercer na sociedade e se lhe reconheçam e respeitem as qualidades de valor, que não se revelam porque uma desumana repressão a converte em revoltada. Que o chefe do Estado assim o compreenda. E que na atmosfera doce e criadora do amor de família, o seu espírito se ilumine de generosos reflexos para ser dentro de uma obra de concórdia, de bondade e de progresso. Um bom chefe de Estado como tem sido bom chefe de família.



congresso sexualidade e educação




FACULDADE DE FILOSOFIA DEBATE A SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO PARA A FELICIDADE
Congresso Internacional de Pedagogia traz a Braga especialistas de renome
6 E 7 DE NOVEMBRO DE 2009
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A sexualidade - um tema controverso

A sexualidade é hoje um “território” integrado – não sem contradições - na mundividência, nas concepções de vida e no universo comportamental da sociedade portuguesa. No afã de recuperar de uma mentalidade que cobria as questões da sexualidade com o pudico véu do tabu, avançámos a todo o vapor para a “modernidade” de um discurso aberto, por vezes radical, sobre as questões do sexo.
De marginal a arquitema, o discurso da sexualidade invadiu todos os domínios da esfera pública e privada. A sua visibilidade atingiu o zénite como matéria de “educação nacional”, entronada no sistema de ensino como conteúdo curricular.
Os efeitos deste salto brusco e vertiginoso fazem-se sentir na vida das pessoas, particularmente nos jovens, embalados pelo culto de uma sexualidade “absoluta” e suas mediações: o comportamento sedutor, a construção do corpo perfeito e sensual, o “carpe diem” do prazer instantâneo, o consumo da libido.
É tempo de questionar este estado de coisas. Que resta da sexualidade humana? Fará sentido ligá-la, ainda, à experiência do amor? Terá alguma relevância integrá-la na educação para os valores da fidelidade, da virgindade, da doação? Como e a quem compete o direito e o dever de uma autêntica educação sexual? Que incidência tem no projecto da vida feliz?
Este Congresso tem a ambição de reflectir sobre estas questões no quadro dos valores do humanismo de inspiração cristã. Repensar, em diálogo com a actualidade, os modos de inscrição da sexualidade no ser e no agir do homem: no corpo, nos sentimentos, nas relações interpessoais, na visão do mundo e da vida, no projecto de formação para a felicidade.

Conferencistas Convidados e Sessões Paralelas

As sessões plenárias do Congresso estarão a cargo dos seguintes especialistas: Eduardo Sá, Enrique Rojas, José Antonio Marina, José Tolentino Mendonça, Júlio Machado Vaz e Nilo Ribeiro Júnior SJ.
As sessões paralelas abordarão a temática do Congresso desde os diversos ângulos de leitura e de questionamento: Ética, moral e antropologia; Ontologia e metafísica; Biologia e medicina; Psicologia e sociologia; Estética, arte e cultura; História e estudos comparados; Religião e espiritualidade; Educação e pedagogia; Ciências da comunicação e mediologia; Direito e ciências jurídicas.
As pessoas interessadas em participar poderão inscrever-se através da Secretaria da Faculdade (telf. 253201200 / 253201204). O envio das propostas de comunicações poderá ser feito via mail, de acordo com as indicações constantes no site do Congresso - http://www.congressos.facfil.eu/ ou via CTT, dirigidas à Comissão Organizadora do Congresso Internacional de Pedagogia.