sábado, 7 de agosto de 2010

crónica do tempo

Hoje nem República, nem realidade, apesar dos jornais de fim-de-semana, especialmente, e como sempre, o "Público" e o "Jornal de Notícias" (ah, e agora a República já não existe para o "Jornal de Notícias", como se não bastasse os "Roteiros", que ainda hoje grande publicidade faz...), terem algumas notícias bem curiosas, mas este tempo repleto de calor (quantas banhocas de água fresca não tomei hoje!), não me apeteceu fazer grandes recortes de imprensa. Foi a sesta, sempre estendido no sofá e nada mais, claro, e lanchar, como não podia deixar de ser, o cafézinho(s) da praxe, e já não foi mau. E então apeteceu-me, antes do jantar, ir ao Teixeira de Pascoaes, tanto livro dele, alguns sobre ele, e vamos lá ver se encontro alguma novidade curiosa e até encontrei: no livro "São Paulo" tinha lá uma dedicatória de António Pedro Vasconcelos! E ambos somos aficcionados por Pascoaes, conforme se pode ver na dedicatória. Pedro Vasconcelos, que por várias vezes já tem a vindo a Famalicão, nesse ano longínquo de 1995 a Biblioteca Municipal organizava então um ciclo de cinema, com filmes escolhidos por várias personalidades. O realizador português escolheu então "Laura" de Otto Preminger, e, concerteza, então, na altura levei o livro de Pascoaes, já que tem a apresentação feita de Vasconcelos, e pedi-lhe uma lembrança: aqui está ela para a posteridade. E da introdução de Pascoaes ao seu livro transcrevo um sublinhado (eles são tantos!):







Nós somos o universo, indivíduo e multidão, árvore e floresta. A nossa imagem, nitidamente recortada, emana uma expressão interior, que a envolve e prolonga, no Infinito; mas é sempre a nossa imagem, ou aqui, neste núcleo concentrado, ou, além, como esparsa numa auréola. / Nesta íntima auréola é que vivemos e tocamos as cousas exteriores. Interiormente é que tocamos o exterior. (19)