domingo, 25 de abril de 2010

cardeal cerejeira, alguns livros














cardeal cerejeira, a biografia

Manuel Gonçalves Cerejeira (1888-1977)
"D. Manuel Gonçalves Cerejeira foi Professor Catedrático da Faculdade de Letras de Coimbra e depois Cardeal da Santa Igreja Romana e Patriarca de Lisboa. Nasceu na freguesia de Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão, a 29 de Novembro de 1888. Como investigador legou-nos alguns títulos na àrea da historiografia da cultura, como a obra Renascimento em Portugal ou A Igreja e o Pensamento Contemporâneo. Foi sócio da Academia Real de História de Madrid. Faleceu em 1 de Abril de 1977."
In Biografias: autores famalicenses (1998), p. 35

"Este livro é uma tentativa de elaboração de uma biografia de Manuel Gonçalves Cerejeira, cardeal-patriarca de Lisboa, entre 1929 e 1971. Ou seja, trata-se de relatar a vida e a obra pública de alguém que dirigiu a Igreja portuguesa, importantíssima instituição religiosa, cuja matriz católica enformou a ideologia da ditadura salazarista."
Irene Flunser Pimentel


i) «Naturalmente» católico.
ii) Académico elogiado
iii) A ascensão ao episcopado
iv) Cardeal-patriarca de Lisboa
v) A Igreja e o regime salazarista
vi) Antes da tempestade
vii) O início dos problemas na Igreja portuguesa
viii) Anos de todas as crises
ix) Cerejeira e o catolicismo progressista
x) Alvo de críticas, Cerejeira procede a um balanço
xi) Cerejeira no final do salazarismo e no «marcelismo»
xii) Os últimos anos

Epílogo: O legado de Manuel Gonçalves Cerejeira: uma vida à frente da Igreja portuguesa

berlim alexanderplatz


DOBLIN, Alfred
Berlim Alexanderplatz: a história de Franz Biberkopf: romance. 2.ª ed. Trad. Sara Seruya, Teresa Seruya; Pref. Teresa Seruya. Lisboa: Dom Quixote, 2010. 591 p.
"... quero aqui aflorar uma linha filosófica, mesmo metafísica. Subjacente a todas as minhas obras épicas de maior vulto há uma fundamentação espiritual. A obra épica é o prolongamento e a concretização, inclusivé a experimentação, em forma artística, diria eu, de um estádio de raciocínio atingido durante o trabalho espiritual preliminar. De maneira que, em regra, no termo de uma obra épica como essa, o meu raciocínio já está de novo ultrapassado e os seus alicerces abalados. Ela começa com uma certeza e termina com uma nova pergunta. Pois aqui, como tónica de raíz e fundamento do livro Alexanderplatz, é a seguinte a minha posição, que expus no anterior escrito filosófico O Eu Acima da Natureza: o mundo é um mundo de dois deuses. É um mundo a um tempo de construção e desagregação. Este confronto ocorre na temporalidade, e nós participamos nele. Ora neste momento assistimos à junção desta cadeia filosófica de raciocínios com a primitiva da criminalidade. A sociedade está minada pela criminalidade, disse eu. Que quer isto dizer? Há ordem e dissolução dentro dela. Mas não é verdade que a ordem, e nem sequer a forma e a existência, sejam reais sem a tendência para a dissolução e sem a destruição factual. Veja-se, por exemplo, no livro Berlim Alexanderplatz Franz Biberkopf quando sai da prisão. Ele é bom por natureza, como se costuma dizer, e ainda por cima é uma criança queimada que tem medo do fogo. E ao entrar no mundo, veja-se só, quer ser decente, quer cumprir honrada e fielmente as leis do mundo, tal como as imagina e - isso - não resulta! Não resulta. Golpe atrás de golpe cai-lhe em cima e dá cabo do homem: também poderia dizer dá cabo deste raciocínio.
Alfred Doblin







mário de carvalho, o novo livro

Os afectos amorosos começam rápido e terminam quando menos esperamos.

O Livro dos Saberes Práticos



"Eis a transitoriedade e o arbítrio dos afectos humanos. É-se pequeno, gracioso, saudável e elgante e temos o mundo rendido, especialmente o dos jovens casais, para quem o futuro é uma ideia abstracta e despicienda. Cresce-se, avantaja-se, escurece-se, deslassa-se, amolece-se e já nos olham de lado, com impaciência ou indiferença, porque o passado é um lastro. É destas incomodidades metafísicas que se tem feito a literatura e são amarguras deste género o verdadeiro portal para a transcendência."
Mário de Carvalho





In "Notícias Sábado", n.º 224 (24 Abr. 2010), pp. 53-55.