domingo, 19 de setembro de 2010

espinosa e as afecções


"A maior parte daqueles que escreveram sobre as afecções e a maneira de viver dos homens parecem ter tratado, não de coisas naturais que seguem leis comuns da Natureza, mas de coisas que estão fora da Natureza. Mais ainda, parecem conceber o homem na Natureza, como um império num império. Julgam, com efeito, que o homem perturba a ordem da Natureza mais que a segue, que ele tem sobre os seus actos um poder absoluto e apenas tira de si mesmo a sua determinação. Procuram, portanto, a causa da impotência e da incosntãncia humana, não na potência comum da natureza, mas não sei em que vício da natureza humana, e, por essa razão, lamentam-na, riem-se, desprezam-na, ou, o que acontece mais frequentemente, detestam-na; e, aquele que mais eloquentemente ou mais subtilmente soube censurar a importância da Alma humana, é tido por divino. É certo que não têm faltado homens eminentes (ao trabalho e ao talento dos quais confessamos dever muito) para escrever muitas coisas belas sobre a recta conduta da vida e dar aos mortais conselhos cheios de Prudência. Mas, ninguém, que eu saiba, determinou a natureza e as forças e, inversamente, o que pode a Alma para as orientar [...] Nada acontece na Natureza que possa ser atribuído a um vício desta; a Natureza, com efeito, é sempre a mesma; a sua virtude e a sua potência de agir é una e por toda a parte a mesma, isto é, as leis e as regras da Natureza, segundo as quais tudo acontece e passa de uma forma a outra, são sempre e por toda a parte as mesmas; por consequência, a via recta para conhecer a natureza das coisas, quaisquer que elas sejam, deve ser também una e a mesma, isto é, sempre por meio das leis e das regras universais da Natureza."
Espinosa

literatura de viagens


"Sonhei muitas vezes escrever um livro sobre Paris que fosse como que um grande passeio sem fim, daqueles em que nunca se encontra nada daquilo que se procura, mas sim aquilo que não se procurava."

cidadania e república


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