sábado, 4 de setembro de 2010

leituras de steiner

Já te aconteceu alguma vez, por qualquer razão, não quereres ler um livro até ao fim porque poderia revelar algo de estranho, de inusitado, ou então, mesmo assim, algo de sublime?
Já!
Ainda bem! Pensava que só me tinha acontecido a mim.
O Livro dos Saberes Práticos



  • "Aquilo que tenho na mão não é um livro. É o livro." (9)






  • "A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kirkegaard passava nos seus passeios concentrados..." (26)



  • "... os seres humanos não estão sempre aos gritos uns com os outros." (47)


  • "Compreender é decifrar. Entender uma significação é traduzir." (16)

  • "... a nossa presente situação cultural e intelectual não será a de um posfácio, de um epílogo mais ou menos confuso." (38)


  • "Todo o verdadeiro acto de cultura, de reflexão e de realização formal da humanidade é um passado tornado presente carregado de recordações do futuro." (287)





  • "Uma sociedade precisa de antecendentes. Quando estes não se acham naturalmente disponíveis, quando a comunidade é nova ou se recompõe após um longo intervalo de dispersão ou de sujeição, a forma necessária do passado é criada na gramática do ser mediante uma decisão intelectual e afectiva. " (14)


  • "Temos tendência a esquecer que, por serem altamente vulneráveis, os livros podem ser suprimidos ou destruídos. Como as demais produções humanas, os livros são portadores de uma história, história essa cujos primórdios continham já em germe a possibilidade ou a eventualidade de um fim." (7)





  • "Um Livro não escrito é mais do que um vazio. Acompanha a obra que fizemos como uma sombra activa, irónica e nostálgica ao mesmo tempo. É uma das vidas que poderíamos ter vivido, uma das viagens que não fizemos. A filosofia ensina que a negação pode ser determinante. É algo mais do que uma negação da possibilidade. A privação tem consequências que não podemos antecipar ou avaliar com acerto. O livro não escrito é o que poderia ter feito a diferença. Que nos poderia ter permitido falhar melhor. Ou talvez não." (9)

  • "Mas os livros que não abrimos chamam igualmente por nós, num clamor que é tão silencioso, mas também tão insistente, como o fluir da areia na ampulheta." (18)

  • "... o silêncio pode ser também de uma qualidade superiormente activa e atenta..." (18)


  • "Caímos porque somos livres." (104)



    Observação. Falta apenas o livro de Heidegger na versão de Steiner. Emprestado. Ainda me lembro, um dia, na Faculdade, questionei a quem o tinha cedido, Por alguns dias, por algum tempo, dizia então... Olhou para mim com aquele ar apalermado, de indiferença, Que não, não se lembrava de tal coisa... Paciência, é a vida, malhas que ela tece, de todas as formas e feitios! Há que estar atento, quem sabe, numa das próximas idas a uma livraria e o livro por lá apareça. O que aqui apresento são os meus steiners da garagem-biblioteca e da bancada filosófica.









portugal, bernardino machado e a 1.ª guerra mundial


VILA NOVA DE FAMALICÃO. Câmara Municipal. Museu Bernardino Machado
Bernardino Machado e a 1.ª Grande Guerra. Sel., notas e coord. Norberto Ferreira da Cunha. V. N. de Famalicão: Câmara Municipal; Museu Bernardino Machado, 2008, 2009. 2 vols. (Documentos do Fundo Particular Bernardino Machado; 2).
















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Jornal de Notícias (4 Set. 2010), pp. 10-11.