terça-feira, 16 de março de 2010

monarquia e sidonismo em famalicão

Para o meu caro amigo João Afonso Machado, com um abraço de amizade fraterna















do tempo


Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá aprrender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras, o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nosas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, comprendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei. Porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação que, se nada sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existia o tempo presente.
St.º Agostinho

a eterna questão

Ser ou não ser, eis a questão. Qual será o partido mais nobre? Suportar as pedradas e as frechadas da fortuna cruel ou pegar em armas contra um inundo de dores e acabar com elas, resistindo? Morrer, dormir, nada mais, dizer que pelo sono poderemos cural um mal do coração e os mil acidentes naturais a que a nossa carne está sujeita é, na verdade, um desenlace que todos nós fervorosamente podemos desejar. Morrer! Dormir, dormir, sonhar talvez? Sim, aqui está o ponto de interrogação; quais são os sonhos que teremos no sono da morte, quando escaparmos a esta tormenta da vida? Isto obriga-nos a reflectir. É tal reflexão que prolonga por tão largo tempo a vida do miserável; quem quereria suportar, na realidade, as chicotadas e os desprezos dos tempos que vão correndo, as injustiças dos déspotas, as afrontas do orgulhoso, as torturas do amor incompreendido, os vagares da justiça, a insolência dos poderosos, os pontapés que o mérito paciente recebe dos indignos, quando para si mesmo podia alcançar a paz com a simples ponta dum punhal?
Hamlet, ele próprio, não Shakespeare

os utopistas

Mas a sua preocupação principal é sobre a felicidade humana, e se ela consiste numa coisa ou em várias. Parecem muito inclinados para a visão de que toda ou a maior parte da felicidade humana reside no prazer. E, por muito estranho que possa parecer, eles procuram apoio para a sua filosofia do prazer na religião, que é séria e austera, de algum modo severa e proibitiva: é que eles nunca discutem a felicidade sem combinarem os princípios racionais da filosofia com os princípios retirados da filosofia. Eles pensam que qualquer questão que diga respeito à verdadeira felicidade, é fraca e defeituosa, a menos que se baseie na religião.
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