quinta-feira, 22 de abril de 2010

a monarquia do norte

Para o João Afonso Machado, com um abraço de fraterna amizade
Estes documentos, folhas volantes, foram oferecidos pelo Dr. Lino Lima à Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco em 1992. São documentos únicos que evidenciam bem a intensa actividade de propaganda da Monarquia do Norte durante o período da "República Velha", liderada por Sidónio Pais.





















a república nova em famalicão

Estes três documentos, oferecidos, entre outros, pelo Dr. Lino Lima à Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, os quais estão inseridos no Fundo Local da mesma instituição, em 1992, pertencem a um lote de folhas volantes referentes não só ao sidonismo em Famalicão, como também à Monarquia do Norte.






a pedagogia de bernardino machado

BERNARDINO MACHADO E AS COMEMORAÇÕES DA REPÚBLICA EM FAMALICÃO

indiscutivelmente para o Dr. Sá Marques, com um abraço de amizade fraterna

A Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, o Museu Bernardino Machado e as Edições Húmus vão apresentar no próximo dia 30 (pelas 18h00) o II Tomo da Pedagogia, incorporado nas Obras de Bernardino Machado, coordenadas cientificamente pelo Prof. Dr. Norberto Cunha. Este II Tomo é composto pelas "Notas Dum Pai", cujo texto foi publicado inicialmente em fascículos na revista "O Instituto" de Coimbra, entre 1896 até 1903 (o historiador Oliveira Marques dá-nos a referência de publicação conclusiva o ano de 1899). Para além destes fascículos, o II Tomo da Pedagogia contém a introdução da 3.ª edição (1899) e a 1.ª edição, esta de 1896. Terá, igualmente, um estudo do Prof, Dr. Norberto Cunha que clarificará as teias aforísticas das "Notas Dum Pai" de Bernardino Machado. O que as "Notas Dum Pai" representam no contexto pedagógico de Bernardino Machado são, particularmente, duas ideias principais, as quais se podem interligar, diferentes entre si, que alguns teóricos têm propugnado. É o caso de Rogério Fernandes, para o qual "a obra de Machado apresenta afinidades doutrinais com o movimento da "Escola Nova". Claparède aponta às Notas Dum Pai entre os primeiros contributos para o estudo da criança, mediante a observação directa dos seus comportamentos, à semelhança do que fizera Darwin na obra a que chamou "Biografia duma Criança". Nesta linha, temos também António Figueirinhas, pedagogo, realçando nas "Notas Dum Pai" a "razão clara, a conclusão lógica e natural de toda uma série de reflexões pessoais", salientando o "produto de uma intuição profunda de psicólogo." Também Severo Portela vai não só nesta linha, como também salienta a utilidade dos aforismos das "Notas Dum Pai" para os psicólogos.







Em 1897, contudo, uma opinião bem diferente surge com Gonçalves Cerejeira, famalicense e republicano (avô de Armando Bacelar) num texto que então publica mo jornal "O Porvir", em 4 de Agosto, na sua rubrica mais do que famosa "Palavras Vermelhas", na recepção que então realiza à 2.ª edição das "Notas Dum Pai". Salientando inicialmente o papel de Bernardino Machado enquanto lutador pela "causa da instrução popular e da educação cívica portuguesa", salienta, a dado passo, o seguinte: "... que muitas daquelas pequenas notas tão grande e original é o seu alcance de actualidade e interesse social, que dariam, desenvolvidas e esplanadas, volumosos tratados relativos aos mais variados ramos da ciência e da filosofia. Porque as Notas Dum Pai, metodicamente deduzidas e concatenadas, tratam de tudo em poucas palavras, fazem um livro, por assim dizer, enciclopédico, mas visando singularmente a este objectivo supremo - a educação." Focando Cerejeira que as "Notas Dum Pai" podem constituir "uma bela cartilha popular de educação", destacam-se duas ideias relacionadas: a realidade prática constrói uma filosofia da educação. Se Bernardino Machado destaca vários tipos de educação (a real, a prática, a oral, a intelectual ou a estética, esta não só numa perspectiva artística como também física, cívica e económica), vai nestabelecendo uma espécie de um catálogo das virtudes (curiosidade, serenidade, esperança, confiança, simpatia, vontade, esforço, harmonia, cordialidade, bondade, patriotismo, afectividade, etc.) e de vícios (frivolidade, exagero, idiotice, egoísmo, estupidez, preguiça, fraqueza, etc.). Paralelamente, desenvolve três grandes temas: a educação feminina, a filosofia política e a educação social (conforme os textos já publicados no I Tomo), sendo esta última postura teórica posteriormente retomada por António Sérgio.

literatura e cultura famalicão 1900

Para o Dr. Manuel Sá Marques, com um abraço de amizade fraterna
  • Bernardino Machado - "Associações Musicais".
  • Bernardino Machado - "Curso de Pedagogia".


Todos falam de ensino, vários o professam, mas poucos sabem o que ele é. Nem admira, porque, entre nós, ensinam-se já muitas coisas, mas ainda mal se ensina a ensinar. / Que é o ensino? [...] O ensino é uma direcção, um governo. / Não há essencialmente diferença entre ensino e governo. Um e outro pode ser artístico, industrial ou científico; e, em qualquer dos casos, deve ser moral, convertendo-se em religioso, económico ou político. / [...] Um ensino sem elevação patriótica, jurídica, falta à sua missão; assim como um governo que se impõe pela violência e corrupção, e não pela confiança que inspira, pelos serviços que presta e pela propaganda da verdade dos seus princípios, é indigno de tal nome. / Quer isto dizer que nenhuma diferença exista entre ensino e governo? A mesma que entre a escola e a sociedade. Ao ensino cumpre ser um governo modelo, como à escola uma sociedade exemplar. Cada dia, porém, se reconhece mais a necessidade de os assimilar e esta assimilação se vai operando de parte a parte.
Bernardino Machado



  • É publicado o jornal "O Lusitano" com o subtítulo "jornal político e de combate, bibliográfico e de crítica, literário e noticioso". Foi seu editor António Ferreira da Cruz. De periodicidade semanal, o seu último número é de 20 de Fevereiro de 1902.
  • É publicado o jornal "Luctador" com o subtítulo "semanário político, noticioso, literário e bibliográfico". O seu secretário de redacção foi Victor Correia de Guimarães e o administrador, assim como o seu editor, Joaquim Ferreira da Cruz. De periodicidade semanal, o seu último número é de 25 de Junho de 1900.


  • É concluído o edifício das Escolas Primárias Conde de S. Cosme do Vale.