sábado, 10 de julho de 2010

sidonismo e catolicismo

No âmbito das comemorações do Centenário da República e numa actividade do Museu Bernardino Machado, realizou.se mais uma conferência integrada na actividade "Ciclo de Conferências 2009-1010 - As Grandes Questões da I República". Desta vez, o palestrante convidado foi o prof. Dr. Armando Malheiro que proferiu a comunicação O Republicanismo autoritário e a posição dos católicos: uma leitura do caso singular de Sidónio Pais e do Sidonismo (1917-1918), apresentando Sidónio em três perspectivas: numa primeira fase, apresentou uma bibliografia sobre Sidónio, assim como, em traços gerais, aspectos biográficos; num segundo plano, referiu Sidónio perante a República, o qual, ainda em jovem, já se tinha afirmado republicano e, finalmente, a "República Nova" e a questão religiosa.





Prof. Armando Malheiro, Dr. Artur Sá da Costa e Prof. Norberto Cunha, que apresentou o conferencista

























saramago na seara nova e tradutor

Conforme já falei, a propósito da tradução de Saramago, da qual não se tem falado, apresento aqui um livro que já tenho há muitos anos, comprado em 1988, a 3.ª edição, dos Paraísos Artificiais de Baudelaire. Uma leitura alucinante! Apresento igualmente as capas de alguns números da Seara Nova que incluem a colaboração de Saramago, descrevendo a mesma.






  • " Livros. A Execução, romance de Júlio Moreira, prelo Editora". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1459 (Maio 1967), p. 153.
  • "Livros. Novas Andanças do Demónio, por Jorge de Sena, Portugália Editora". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1460 (Jun. 1967), p. 181.
  • "Livros. Estreia Literária. Histórias Maldosas, por Luís Sobral, Edição do Autor". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1461 (Jul. 1967), p. 223.




  • "Livros. Pelos caminhos travessos da alegoria. Os Mastins, por Álvaro Guerra, prelo Editora; »Ah, se ousares... Ousa!» O Caso de Zulmira L., por Natália Nunes, Novela, Edição da Autora; A razão do macho. A Faca e o Rio, por Odylo Costa, filho, Novela, Edição Livros do Brasil". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1462 (Ago. 1967), pp. 261-261.
  • "Livros. Onde enxadas se pedem, que fazem sachos? O Conflito, por Manuela Montenegro, Contos, Edição da Sociedade de Expansão Cultural; A meio do caminho do mar. Vida Crioula, por Teobaldo Virgínio, Novela, Edição da Livraria Bertrand". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1463 (Set. 1967), pp. 292-293.
  • "Livros. Quatro Livros e um escritor". In Seara Nova, n.º 1465 (Nov. 1967), p. 365.


  • "Livros. Outro pão mas sempre o mesmo diabo". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1466 (Dez. 1967), p. 400.

  • "Livros. As relações mágicas. As Relações Humanas (Os quatro rios, A dança das espadas, Canção diante de uma porta fechada), por Agustina Bessa Luís, Guimarães Editores". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1467 (Jan. 1968), pp. 29-30.
  • "Livros. Os vivos. O Dom de Estar Vivo, por Alice Sampaio (Editora Arcádia); Os mortos. Vida, Crucificação e Morte dos Cristos, por Manuel de Campos Pereira (Livraria Portugal); Os danados. O Inferno, por Bernardo Santareno Edições Ática)". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1468 (Fev. 1968), pp. 67-68.



  • "Livros. «Passa-se sete vezes uma cargalhada...» Antes do Dilúvio, por Mário Braga, Vértice; «Que virá acontecer-nos?...» Giestas da Memória, por Nelson de Matos, Livraria Bertrand; Contar, mas devagar... A Contagem para o Fim, por Fausto Lopo de Carvalho, Sociedade de Expansão Cultural". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1469 (Mar. 1968), pp. 102-103.
  • "Artes e Letras. No Cinquetenário da Actividade Literária de José Gomes Ferreira". In Seara Nova. Lisboa, n.º 1471 (Maio 1968), pp. 166-169. Contém depoimento de José Saramago.
  • "Livros. Um sorriso e um montedor. Montedor, por Rentes de Carvalho, Ed. Prelo". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1471 (Maio 1968), p. 173.



  • "Livros. As virtudes da ambiguidade. O Ser e o Ter, seguido de Anquilose, por José Marmelo e Silva, Editora Ulisseia". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1472 (Jun. 1968), p. 208.
  • "Livros. Um meio ou um fim? Homens e Mulheres, por Agustina Bessa Luís, Guimarães Editores; Quem é Ruben A.? Páginas (vol. V), por Ruben A., Parceria A. M. Pereira; Edifícios ou edificâncias. Eva, por Sá Coimbra, Editorial Inova". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1473 (Jul. 1968), p. 245.
  • "Livros. Sem armas na floresta. O Instituto Supremo, por Ferreira de Castro, Guimarães Editores, Lisboa, 1968; Os malefícios da cultura. Bolor, por Augusto Abelaira, Livraria Bertrand, Lisboa, 1968". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1474 (Ago. 1968), pp. 281-282.


  • "Livros. Quem gosta deste mundo? O Delfim, por José Cardoso Pires, Livraria Moraes, Lisboa, 1968; Uma nova geração de maravilhas. O Despojo dos Insensatos, por Mário Ventura, Livraria Bertrand, Lisboa, 1968". In Seara Nova. Lisboa, n.º 1476 (Out. 1968), pp. 338-339.
  • "Livros. O saber ocupa lugar. Casa de Correcção, de Urbano Tavares Rodrigues, Livraria Bertrand". In Seara Nova, Lisboa, n.º 1477 (Nov. 1968), p. 371.














curiosidades


E hoje cá estamos, sim, mais frescos, o tempo está mais agradável, hoje até corre uma brisa, um certo vento, mas, pelos vistos, parece que está a aquecer novamente, ontem até não esteve mal, a partir da tarde é que começou a aquecer, sim, de manhã nevoeiro, pelo menos pareceu, sim, nevoeiro, e a primeira fase de investigação á volta dos textos de Bernardino Machado no jornal republicano "O Mundo" teve a sua batalha ganha. Se, no iníco, os textos na máquina fotográfica não ficaram lá muito bem, a partir de uma determinada altura já começaram a ficar bem melhor. De qualquer maneira, pelo sim, pelo não, os serviços mandaram digitalizar os textos na Biblioteca Pública do Porto, assim sempre é melhor, fica sempre melhor, a visualização textual, quem dera ver o mundo melhor, tal como muitas vezes o texto, o mundo, as pessoas, não sei, simplesmente o mundo, tal como ele é, paradoxal, imensamente paradoxal, e assim há-de continuar a ser, igual a si próprio. Inquestionavelmente, comprei a "Ler", número dedicado na íntegra a Saramago e, como ainda tive tempo, consultei a "Seara Nova" entre 1967 a 1968, na qual o autor de "Manual de Pintura e Caligrafia" lá colaborou, com títulos iniciais muito curiosos, em cada recensão bibliográfica a que fazia, escrevendo sobre livros de Agustina, Augusto Abelaira, Cardoso Pires, entre tantos outros. Esta revista, a "Ler", e mais algumas coisas que já tenho lido, fez-me lembrar que ainda não falaram de Saramago tradutor, Kirst, Baudelaire, Remarque, entre outros, traduzindo alguns temas de autores marxistas ligados à educação, e, pelo menos um caso, ligado à agricultura e à filosofia, e ainda náo falaram dessa perspectiva não sei porquê. Os académicos e os críticos literários devem andar muito ocupados com outras coisas, quem sabe. Deixo aqui fotografias melhores da Livraria Bertrand, de Braga, por sinal, a que tirei, de porta aberta para o mundo, para este ser melhor, uma porta aberta para o mundo, sempre! E o dia ontem foi longo, porque há noite, no Museu Bernardino Machado, lá tive que estar em trabalho na conferência do Professor Armando Malheiro, que aqui já noticiei, uma conferência simples, mas notável, às vezes na simplicidade está o melhor desta vida, sem grandes pretenciosismos e vaidades. Os dias assim continuam, quase iguais a si mesmos!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

mais uma vez, coisas

E hoje, finalmente, que está bem melhor, durante o dia já se sentiu uma temperatura mais agradável, e a conclusão a que se chega é que a natureza anda mesmo zangada! Estive no início da leitura do "Homem Eterno" de Chesterton, do fabuloso Chesterton, pois, na esplanada da Lusitânia, ao lado do mais que famoso jardim de St.ª Bárbara, e estive lá porque até vinha um vento agradável, havia espaço aberto, sim, e as folhas às vezes ate voavam, e é uma leitura cativante, sem sombra de dúvida! E lá tirei as fotos respectivas, tal como ao busto de José Salgado, tal como tinha dito, aqui podem vê-la, assim como as muralhas bracarenses, ao fundo do jardim, e, para surpresa, um aspecto do interior da Bertrand. As fotografias do exterior não gostei lá muito; amanhã a ver se sai melhor, e depois aqui as coloco, pode ser? E assim se deambula, com esta batalha primeira praticamente já ganha, esta viagem pelo jornal republicano "O Mundo" para a obra política de Bernardino Machado, o I tomo, praticamente pronto, pelo menos no que me diz respeito. Amanhã, esta primeira fase, fica completa, virão outras, e assim o mundo caminha, inquestionavelmente, rumo ao futuro.













sidonismo e catolicismo em famalicão


quarta-feira, 7 de julho de 2010

s. mateus e saramago

"... nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se." (Mt.-10, 26)




"Ao contrário do que afirmam os ingénuos (todos o somos uma vez por outra), não basta dizer a verdade. De pouco ela servirá ao trato das pessoas se não for crível, e talvez devesse ser essa a sua primeira qualidade. A verdade é apenas meio caminho, a outra metade chama-se credibilidade. Por isso há mentiras que passam por verdades, e verdades que são tidas por mentiras."
Saramago

terça-feira, 6 de julho de 2010

o mundo e as coisas

Ah! E este calor que continua demais... fica-se fora de órbita, sem sombra de dúvida!!! E depois nada apetece fazer, sim, nadica, nadica. Mas tinha que colocar aqui algo, hoje, nem que seja pelo menos a fotografia da arcada bracarense, e aí está ela, daquele jeito, foi o melhor que consegui fazer. E um dia destes escrevo aqui um manifesto contra esplanadas e contra toldes, até porque tiram a beleza das fachadas, conforme podem ver. É uma tristeza! Até na arcada, minha nossa, e nem sequer se pode ir agora ao Viana ou ao Astória tomar um café e ver aqueles tectos, porque agora é praticamente só para almoços, lá estão nas mesas aquelas toalhinhas brancas e o restante serviço e perde-se a beleza toda... ainda por cima, na arcada, só me desviei um pouco, lá estão as luzes do Natal, que mau aspecto, na verdade, diga-se, que deve ser para não haver trabalho, colocar, tirar, tirar, colocar, que aborrecido que deve ser, assim ficam lá eternamente, já não dá trabalho. Mas a surpresa do dia, antes de começar a trabalhar, foi ter visto o Correio do Minho, jornal bracarense, o qual hoje completava, completa, 84 anos de existência e tinha, tem, um fantástico suplemento. Duas figuras famalicenses, por sinal irmãos, e de campos pólíticos completamente diferentes, ocuparam o cargo de director do respectivo jornal: o P. Benjamim Salgado e Ferreira Salgado. A Câmara de Famalicão já homenageou Benjamim Salgado, cativando a figura do homem da cultura e dos sete instrumentos, não valorizando o seu papel de homem forte do Estado Novo, até porque pertenceu à comissão distrital da União Nacional; por seu turno, Braga já prestou homenagem a Ferreira Salgado, colocando um busto perto do Jardim de St.ª Bárbara. Amanhã, não, na quinta, vou lá e tiro fotografia e aqui a coloco, até porque é uma figura que também me interessa para o meu Dicionário. Benjamim tem um busto mesmo em frente aos correios, em Famalicão. Esta posso tirar amanhã. Aliás, já aqui coloquei o busto dele que existe na Escola Padre Benjamim Salgado, em Joane, quando lá fui fazer a comunicação sobre A Nova Alvorada e o Espírito Comemorativo. Bom, por hoje esta pequena aventura chega, está-se cansado do mundo e deste calor, possivelmente mais deste calor do que do mundo, porque o mundo é sempre uma redescoberta fantástica, e amanhã outra janela para a caminhada, só espero que esteja mais fresco. Ficam aqui estas imagens de hoje. Ah! Só mais uma coisinha: entre o Alberto Feio, que aqui aparece, era só para dizer que o que tem de comum com o P. Benjamim Salgado, nada por aqui aparece por acaso, tudo tem que ter um significado real, às vezes obscuro também, é que ambos dirijiram bibliotecas: o primeiro a de Braga, o segundo, claro, a de Famalicão. Existe algo importante não posso deixar de comentar, e já estava a ficar esquecido. É que o jornal republicano O Mundo sempre glorificou a simbologia feminina como imagem da República. Contudo, espanto dos espantos, a 7 de Outubro de 1910 a imagem que aparece a glorificar o advento da República, conforme podem ver, é um rapaz todo masculinizado! Com esta não estava há espera...