terça-feira, 19 de julho de 2011

pascoaes em espanha

já aqui se fez referência a um outro iberismo, o iberismo da reforma educacional de ambos os países, de espanha e de portugal, pelas ideias de francisco giner de los rios e de bernardino machado. aqui destaco a federação espiritual ibérica na óptica de pascoaes. aliás, ángel marcos de dios destaca três tipos de iberismo: o primeiro pretendia englobar os dois países de forma a construírem um só, debaixo da mesma coroa; o segundo, baseando-se numa federação ibérica, a qual advoga a união depois de destruir o centralismo castelhano, sendo defendido tanto por portugueses como espanhóis. da parte dos portugueses temos antero, teófilo, filipe nogueira, malgalhães lima; da parte dos espanhóis, ribera i rovira, nido y segalerva, vicente gay e cases-carbó. oliveira martins encontra-se ligado ao federalismo ibérico, mas numa perspectiva que tem que ver com a unidade de pensamento e de acção, mas independência política. martins é apresentado como o mentor das ideias iberistas, quer por parte dos espanhóis, quer por parte dos portugueses. no terceiro caso, surge o iberismo espiritual, que solicita um entendimento e uma acção espiritual comum. neste último, marcos dias inclui, por parte dos portugueses, antónio sardinha, moniz barreto, teixeira de pascoaes e vitorino nemésio, e, por parte dos espanhóis, miguel de unamuno, joan maragall, ángel ganivet, ramiro de maeztu, calvo sotelo e marqués de quintanar. o "iberismo" educacional de giner de los rios e bernardino machado é bem diferente de todos estes iberismos, ficando fora dos três iberismos apontado por marcos de dios.






"O trabalho é constituído por três partes. Na primeira, pretendemos destacar algumas atitudes ideológicas e culturais, sobretudo as que ocorreram nos últimos anos do séc. XIX e princípios do séc. XX, procurando, desta forma, não só uma justificação para o problema do afastamento que tanto parecia preocupar os intelectuais de ambos os países, como também para uma melhor compreensão de alguns dos ideais estéticos-doutrinários que enformam o pensamento da «Geração de 70» portuguesa, e da «Geração de 98» espanhola, fruto de todo um ambiente e clima social, político e literário em que os escritores destas gerações se moviam. [...] A segunda parte do trabalho procurará traçar e distinguir os pontos principais do iberismo do poeta luso, através do seu universo poético. Este merecerá a nossa especial atenção e será possível duma análise textual que nos permitirá destacar mitos e símbolos relacionados com o seu conceito de ideal ibérico e com o seu profundo humanismo. / [...] A terceira parte, tendo como fulcro o epistolário ibérico de Pascoaes, incidirá sobre o olhar crítico de espanha face à sua obra e ao seu pensamento: o fascínio que ele despertou nos meiso cultos do país vizinho; a correspondência trocada com galegos, catalães e, principalmente, com Unamuno, de cujos ideais ibéricos se fez arauto, enobrecendo-os com a sua preclaríssima visão."(18-20)






I - Iberismos e Idealismos



Alguns aspectos do Iberismo dos finais do século XIX, princípios do século XX.



A «Geração de 70» portuguesa e a «Geração de 98» espanhola: suas afinidades.



O neogarretismo, o mito sebástico e o Saudosismo.



Aproximação ao pensamento de Pascoaes.



A Saudades sentimento da raça lusíada, em Teixeira de Pascoaes.



Teixeira de Pascoaes. A «Renascença Portuguesa». A Águia: reacções críticas.






II - O Iberismo na Obra de Teixeira de Pascoaes.



A palavra poética e o ideário ibérico de Pascoaes.



A expressão do sentimento rácico e do exaltado patriotismo nacional e peninsular em Pascoaes.



A literatura peninsular: os mitos, os arquétipos e os símbolos na via do iberismo espiritual.



A revelação da paisagem e da alma dos povos ibéricos.






III - A recepção de Pascoaes em Espanha e o seu epistolário ibérico



Pascoaes e a geração galega de Nós.



Pascoaes e os interlocutores da Catalunha.



Pascoaes e Unamuno: obreiros da Ibéria «celestial»



As Sombras, o São Paulo e a crítica: Unamuno e o despontar de uma projecção peninsular, europeia e hispano-americana.



Fernando Maristany e o seu contributo na projecção do pensamento e obra de Pascoaes.



Francisco Luis Bernárdez e António Noriega Varela: dois discípulos e amigos do poeta de Amarante.



Valentín de Pedro: o tradutor de Terra Proíbida.



A tradução, em espanhol, do Regresso ao Paraíso, e a internacionalização do nome de Teixeira de Pascoaes.



Outras manifestações de fraterna admiração dos intelectuais espanhóis por Pascoaes.






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