segunda-feira, 25 de julho de 2011

alain tourraine



"Em que é que a liberdade, a felicidade pessoal ou a satisfação das necessidades são racionais? Admitamos que a arbitrariedade do Príncipe e o respeito por costumes locais e profissionais se opõem à racionalização da produção e que esta exige que as barreiras caiam, que a violência recue e que seja instaurado um Estado de direito. Contudo, isso nada tem a ver com a liberdade, a democracia e a felicidade individual, como bemo sabem os Franceses, cujo Estado de direito foi constituído com a monarquia absoluta. Que a autoridade racional legal esteja associada à economia de mercado na construção da sociedade moderna não é suficiente, nem de perto nem de longe, para demonstrar que o crescimento e a democracia estão ligados entre si pela força da razão. Eles estão-no pela sua luta comum contra a tradição e o arbítrio, portanto, pela negativa, e não de uma maneira positiva. A mesma crítica é válida para a suposta ligação entre a racionalização e a felicidade, e com a legitimidade redobrada. A libertação dos controlos e das formas tradicionais de autoridade permite a felicidade, mas não a assegura; ela apela à liberdade mas, ao mesmo tempo, submete-a à organização centralizada da produção e do consumo. A afirmação de que o progresso é a marcha em direcção à abundância, à liberdade e à felicidade, e que estes três objectivos estão fortemente ligados entre si, não passa de uma ideologia constantemente desmentida pela História."


Alain Tourraine






A MODERNIDADE TRIUNFANTE

I - As luzes da razão

II A alma e o direito natural

III O sentido da história


A MODERNIDADE EM CRISE

I A decomposição

II A destruição do Eu-mesmo

III A nação, a empresa, o consumidor

IV Os intelectuais contra va modernidade

V Saídas da modernidade


NASCIMENTO DO SUJEITO

I O sujeito

II O sujeito como movimento social

III Eu não sou Eu-mesmo

IV A sombra e a luz

V O que é a democracia?


Pontos de chegada

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