quinta-feira, 14 de outubro de 2010

steiner


STEINER, George
George Steiner em The New Yorker. Introd., org. Robert Boyers; Trad. Joana Pedroso Correira, Miguel Serras Pereira. Lisboa: Gradiva, 2010. (Obras de George Steiner; 8)
I
HISTÓRIA E POLÍTICA
  • i.i - O Sacerdote da Traição.
  • i.ii - Wien, Wien, Nur du Allein.
  • i.iii - De Profundis.
  • i.iv - Espiões de Deus.
  • i. v - Da Casa dos Mortos.
  • i.vi - De Mortuis.
II - ESCRITA E ESCRITORES
  • ii.i - Mil Anos de Solidão.
  • ii.ii - Matar o Tempo.
  • ii.iii - Danúbio Negro.
  • ii.iv - B. B.
  • ii.v - Uneasy Rider.
  • ii.vi - Uma Ave Rara.
  • ii.vii - Cartas Perdidas.
  • ii.viii - Tigres no espelho.
  • ii.ix - Do Cambiante e do Escrúpulo.
  • ii.x - Aos Olhos do Oriente.
  • ii.xi - Homem-Gato.
III - PENSADORES
  • iii.i - O Amigo de um Amigo.
  • iii.ii - Uma Sexta-Feira Má.
  • iii.iii - O Jardim Perdido.
  • iii.iv - Da Concisão.
  • iii.v - Velhos Olhos Cintilantes.
  • iii.vi - La Morte d`Arthur.
  • iii.vii - As Línguas do Homem.
IV - ESTUDOS DE UMA VIDA
  • iv.i - Uma Morte de Reis.
  • iv.ii - Dar a Palavra.
  • iv.iii - Uma Vida Examinada.
  • "Se tiver de escolher entre trair o meu país e trair o meu amigo, espero ter a coragem de trair o meu país."
E. M. Forster
  • "Acontece que, pelo meu lado, me sinto fortemente atraído pela ordem de valores que essa frase implica. O nacionalismo é o veneno da história do nosso tempo. Nada é mais brutalmente absurdo do que a tendência por parte dos seres humanos de se atirarem às chamas ou de se matarem uns aos outros em nome da nacionalidade ou movidos pelo sortilégio pueril de uma bandeira. A cidadania é um pacto bilateral que está, ou deveria estar, sempre sujeito a um exame crítico, sendo, se necessário, revogável. Não há cidade humana pela qual valha a pena incorrer-se numa grande injustiça ou numa grande mentira. A morte de Socrates pesa mais do que a sobrevivência de Atenas. Nada enobrece tanto a história de França como a vontade que levou franceses a raiarem a queda colectiva no abismo, a enfraquecerem radicalmente os laços da nacionalidade (como sucedeu, na realidade), por ocasião doc aso Dreyfus. Muito antes de Forster, o Doutor Johnson definira já o patriotismo como o último refúgio canalha. Considero duvidoso que o animal humano alcance sobreviver se não aprender a dispensar fronteiras e passaportes, se não for capaz de compreender que todos somos hóspedes desta terra contaminada e cheia de cicatrizes. A pátria de cada um de nós é a parcela do espaço comum e corrente... que a cerrada vigilância e perseguição dos modernos regimes burocráticos ocidentais ou orientais ainda consentem ao nosso trabalho. As árvores têm raízes, mas os seres humanos têm pernas que lhes permitem partir depois de em consciência terem dito «não». Por isso, na provocação de Forster há um humanismo ecuménico que vale a pena defender." (53-54)
George Steiner

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