domingo, 17 de outubro de 2010

lispector, clarice

LISPECTOR, Clarice
A Paixão segundo G. H. Lisboa: Relógio d`Agua Editores, 2000. (Ficções)

  • "Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo." (17)
  • "... minha moralidade era o desejo de entender e, como eu não entendia, eu arrumava as coisas, foi só ontem e agora que descobri que sempre fora profundamente moral: eu só admitia a finalidade..." (18)
  • "... um mundo todo vivo tem a força de um inferno." (18)
  • "... viver não é coragem, saber que se vive é a coragem..." (20)
  • "... o mundo não era eu nem meu: eu podia usufruí-lo." (25)
  • "... então «não ser» era a minha maior aproximação da verdade: pelo menos eu tinha o lado avesso: eu pelo menos tinha o «não», tinha o meu oposto." (26)
  • "Ordenando as coisas, eu crio e entendo ao mesmo tempo." (27)
  • "... a realidade é delicada demais, só a realidade é delicada, minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas." (28)
  • "... o que parece falta de sentido - é o sentido." (29)
  • "E é em mim que tenho de criar esse alguém que entenderá." (36)
  • "A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz." (49)
  • "O mundo se me olha. Tudo olha para tudo, tudo vive o outro; neste deserto as coisas sabem as coisas. As coisas sabem tanto as coisas que a isto... a isto chamarei de perdão, se eu me quiser salvar no plano humano. É o perdão em si. Perdão é um atributo da matéria." (53)
  • "O inferno, porque o mundo não me tinha mais sentido humano, e o homem não me tinha mais sentido humano. E sem essa humanização e sem a sentimentação do mundo - eu me apavoro." (57)
  • "... pelo caminho do inferno eu cheguei a encontrar o que nós precisamos - mas não retires tua mão, mesmo que eu já saiba que encontrar tem que ser pelo caminho daquilo que somos, se eu conseguir não me afundar definitivamente naquilo que somos." (59)
  • "... a actualidade não tem esperança, e a actualidade não tem futuro será exactamente de novo uma actualidade." (64)
  • "... o presente abria gigantescas perspectivas para um novo presente." (86)
  • "É que, quando amávamos, eu não sabia que o amor estava acontecendo muito mais exactamente quando não havia o que chamávamos de amor." (96).
  • "O mistério do destino humano é que somos fatais, mas temos a liberdade de cumprir ou não o nosso fatal: de nós depende realizarmos o nosso destino fatal." (101)
  • "... a explicação de um enigma é a repetição do enigma. O que És e a resposta é: És. O que existes? e a resposta é: o que existes." (108)
  • "Eu quero o que eu Te amo." (112)
  • "A vida se me é, e eu não entendo o que digo. E então adoro." (145)

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