sábado, 11 de setembro de 2010

literatura de viagens


"Este livro trará pouca alegria ao leitor. Não o pderá consolar nem reconfortar, como muitas vezes os livros tristes sabem fazer, pois é opinião corrente que o sofrimento se reveste de força moral, na condição de ser condignamente suportado. Tenho ouvido dizer que mesmo a morte pode ser edificante, mas confesso que não acredito, pois como seria possível ignorar a sua força implacável? A morte é demasiado incompreensível, excessivamente desumana, e só perde a sua violência quando nela reconhecemos o único caminho sem retorno que nos é concedido para escapar aos nossos falsos caminhos. / É de falsos caminhos que este livro trata, e o seu tema é a desesperança. [...] / Porque a desesperança, a terível nulidade da revolta aqui descrita, já nada tem em comum com a marca de Caim, com o movimento de fuga que se poderia encontrar no início." (13, 15)

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