terça-feira, 11 de maio de 2010

ratzinger, a minha homenagem

As primeiras leituras textuais de Ratzinger foram, e por ordem, "O Sal da Terra" e "A Igreja e a Nova Europa". Na altura, quando comprei este último disseram-me: "Gostas destas coisas?"; e eu: «Sim, claro, que gosto." Possivelmente disse mais alguma coisa, já não me lembro. Depois, com a sua eleição de Papa, os seus livros foram aparecendo. Estas duas primeiras leituras foram reveladoras, aliciantes e apaixonantes, assim como dos outros livros. Acima de tudo, clarividentes. Se aprecio a leitura heterodoxa, aprecio igualmente os canonizados da chamada teologia da libertação, por exemplo, caso de Khun. Este é um mero exemplo leitoral, já que divulgo aqui no blog os livros que tenho na garagem-biblioteca filosófica de Joseph Ratzinger. Poderia dar, como é lógico, outros exemplos. As leituras multidicisplinares, ortodoxas e heterodoxas em qualquer campo científico, e, em particular no filosófico, cria aquilo a que Chesterton designa de «ética saudável» (aplicando-a noutro sentido, no campo litúrgico): esta «ética saudável» aplico-a na riqueza para a nossa interioridade e de abertura de mundo, melhor, de mundos. Cito apenas esta frase de Ratzinger, retirada do livro "A Igreja e a Nova Europa":
"O que é grande e nobre é dado a priori como suspeito: tem de ser tirado do seu pedestal, e redimensionado. A moral é tida por hipocrisia, a felicidade, por auto-ilusão. Quem acredita com simplicidade na beleza e na bondade, ou é de uma culpável ingenuidade, ou tem objectivos ocultos. Suspeitar é tido pela mais perfeita atitude moral, que tem como melhor resultado o desmascarar."





















filosofia e terrorismo

Apesar de abordagens claramente diferenciadas em relação à filosofia, Habermas e Derrida parecem seguir o modelo de Arendt. Tal como Arendt, e ao contrário de Russell, não encaram o empenhamento político como um suplemento do empenho na filosofia, uma opção que pode ser assumida, adiada, ou até mesmo completamente rejeitada. Ambos encontraram e abraçaram a filosofia no contexto dos traumas da história europeia do século XX: colonialismo, totalitarismo e Holocausto. As suas contribuições para o tema do 11 de Setembro e do terrorismo global seguem o mesmo caminho.

Giovanna Borradori