quarta-feira, 23 de junho de 2010

coisas e livros

Hoje, que fui a Braga, parece que estive numa outra cidade, e que caí num outro mundo, não neste, sem lógica nenhuma! Mas para os barcarenses era S. João festivo, e em força, com música a ecoar pelo espaço fora, sempre os tambores, com nada de originalidade, e depois o calor... E fui até à Biblioteca Pública de Braga, em trabalho para o Museu, a música tamboril lá continuava a entrar desconexada, sempre está mais fresco, um pouco melhor, não muito, e lá estive a investigar "O Mundo", jornal republicano por excelência e os textos políticos de Bernardino Machado. Sim, parece que estava noutro mundo, não neste, e Braga continua igual a si mesma, triste, e sem nexo, despujada de sentido, e não é a mesma coisa, e o que me alegrou foi, indiscutivelmente, o amigo Machado e os livros que entretanto adquiri, logo aqui este, o primeiro de Renaut, já li umas páginazitas do último capítulo, dedicado à temática da felicidade, e depois muito satisfeito também fiquei por ter encontrado aquele que se chama "Comunismo e Nacionalismo em Portugal", mais propriamente pela parte que dedica, em grande profundidade ao neo-realismo, já andava atrás dele há já algum tempo, e apareceu-me assim, sem contar, principalmente a terceira parte com o título curioso "A Imaginação da Cultura", e está claro, cita Armando bacelar e o seu pseudónimo de guerra Carlos Relvas, também já folheei mal a casa cheguei, e ainda não foram folheados a nova visão interpretativa que corresponde aos sete pecados mortais, vamos lá ver como será, e, finalmente, aquele mundo sem Deus, mas com Deus e deuses sempre presente, com vários estudos sobre o ateísmo, interessando-me o ensaio de Dennett, e, finalmente, o que me alegrou foi efectivamente, não o calor, porque não gosto lá muito de calor, foi, de facto, a investigação à volta de Bernardino Machado, esquecendo Braga e onde estava, e deu para perceber e entender melhor a amplitude nacional e internacional da sua figura...







o homem duplicado


  • ... à espera, como as coisas sempre estão, todas elas, a isso não podem escapar, é a fatalidade que as governa, parece que faz parte da sua invencível natureza de coisas. (20)

  • Mas as aparências, nem sempre tão enganadoras quanto se diz, não é raro que se neguem a si mesmas e deixem surdir manifestações que abrem caminho à possibilidade de sérias diferenças futuras num padrão de comportamento que, no geral, parecia apresentar-se como definido. (21)

  • ... o que é apenas em pensamento não conta. (22)