As primeiras leituras textuais de Ratzinger foram, e por ordem, "O Sal da Terra" e "A Igreja e a Nova Europa". Na altura, quando comprei este último disseram-me: "Gostas destas coisas?"; e eu: «Sim, claro, que gosto." Possivelmente disse mais alguma coisa, já não me lembro. Depois, com a sua eleição de Papa, os seus livros foram aparecendo. Estas duas primeiras leituras foram reveladoras, aliciantes e apaixonantes, assim como dos outros livros. Acima de tudo, clarividentes. Se aprecio a leitura heterodoxa, aprecio igualmente os canonizados da chamada teologia da libertação, por exemplo, caso de Khun. Este é um mero exemplo leitoral, já que divulgo aqui no blog os livros que tenho na garagem-biblioteca filosófica de Joseph Ratzinger. Poderia dar, como é lógico, outros exemplos. As leituras multidicisplinares, ortodoxas e heterodoxas em qualquer campo científico, e, em particular no filosófico, cria aquilo a que Chesterton designa de «ética saudável» (aplicando-a noutro sentido, no campo litúrgico): esta «ética saudável» aplico-a na riqueza para a nossa interioridade e de abertura de mundo, melhor, de mundos. Cito apenas esta frase de Ratzinger, retirada do livro "A Igreja e a Nova Europa":
"O que é grande e nobre é dado a priori como suspeito: tem de ser tirado do seu pedestal, e redimensionado. A moral é tida por hipocrisia, a felicidade, por auto-ilusão. Quem acredita com simplicidade na beleza e na bondade, ou é de uma culpável ingenuidade, ou tem objectivos ocultos. Suspeitar é tido pela mais perfeita atitude moral, que tem como melhor resultado o desmascarar."
3 comentários:
Que bem dr. Amadeu! A garagem-biblioteca(gostei do título, afinal sempre tens jeito) tem de tudo...
bj
PL
Ah paulocas, gostava de saber para que tenho jeito... Já pareces o Miguel, dr. pra frente e pra trás, que coisa...
e livros não faltam!
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