sexta-feira, 14 de maio de 2010

arte e literatura

Para a Susana Santos.


A memória como acto reconstrutivo, activo e não passivo para o mundo. A memória, por isso, não poderá ser instantânea, nem inerte, mas algo que nos reconstrói. A memória é eterna.

Do Livro dos Saberes Práticos
Este é um quadro de Salvador Dali de 1932 e que se chama "Objecto Surrealista Indicador da Memória Instantânea".





Tudo isto pôde não ter existido
Quase não existiu. Imaginamos
O seu ontem fatal, inevitável.
Não há mais tempo que o agora, este ápice
Do já será, do foi, daquele instante
Em que a gota caiu numa clepsidra.
O ilusório ontem é um espaço
De figuras de cera, sempre imóveis,
Ou de reminiscências literárias
Que o tempo irá perdendo em seus espelhos.

Jorge Luís Borges

1 comentário:

aovirardaesquina disse...

Tens sempre as palavras certas para as imagens certas. Adoro Jorge Luis Borges. Neste post a ligação ficou perfeita.

Beijinhos
Su