sexta-feira, 5 de março de 2010

obras bernardino machado, república centenário


A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o Museu Bernardino Machado e as Edições Húmus, sob a coordenação científica do Prof. Dr. Norberto Cunha, vão apresentar brevemente ao público o II tomo de Pedagogia, incorporado nas Obras de Bernardino Machado, sendo este volume o terceiro. Este II Tomo, dedicado uma vez mais à pedagogia de Bernardino Machado, é composto pelas "Notas dum Pai", texto publicado inicialmente na revista do Instituto de Coimbra entre 1896 até 1903 (Oliveira Marques dá-nos até ao ano de 1899), a 1.ª edição, que é de 1896 (as "Notas dum Pai" tiveram cinco edições!) e a introdução da 3.ª. Não resisto em aqui transcrever algumas frases de Bernardino Machado. Pretendo elaborar um texto que tem como título "a Temporalidade e o Catálogo das Virtudes e dos Vícios na Filosofia Prática de Bernardino Machado".



A ciência universal é a filosofia.


Parece que seria ocioso proclamar a educação real.


A educação prática ainda se abandona mais do que a real!


O mesmo indivíduo ou o mesmo povo pode mudar com o tempo: é o resultado da educação.


Há que fazer a sua educação real.


A vida, que para muitos se afigura de descanso, sem trabalho exterior, é um martírio.


Lembromo-nos de que o bem é preciso fazê-lo.


As propriedades do espírito chamam-se faculdades e, sendo de carácter, qualidades.


A educação intelectual deve ser, a um tempo, intuitiva e discursiva. Não se prejudique uma por outra. O excesso de erudição cria os eruditos.


A instrução intuitiva ainda mal chegou ao nosso ensino geral primário e secundário; e pouco mesmo ainda se dá no ensino superior.


À falta de instrução é que muitas pessoas, pelo gosto de pensar, se entretêm com frivolidades.


Ter um ideal é ter a paixão, a ambição, gerada por uma ideia.


A curiosidade é uma espécie de simpatia: volta-nos com benevolência para tudo e todos.


A serenidade é própria só dos previdentes.


Quem tem um ideal, faz dele um destino.


A educação deve acelerar a emancipação individual.


A harmonia dos espíritos é a mais delicada obra da civilização e da cultura.


Não se pode fazer moral sem convivência, sem sociabilidade. O isolamento é um mal.


A virtude transmite-se sob a forma de instinto da ordem e do bem.



Bernardino Machado



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